Hoje (02), pela manhã, aconteceu mais um despejo na Paraíba. Desta vez foram 130 famílias que decidiram, voluntariamente, sair de uma área que ficava por trás da Guanabara e ocupar uma nova área, próximo ao Rio do Meio, ainda no bairro Mário Andreazza. Quando estavam construindo os barracos, foram surpreendidos por uma invasão da polícia: cinco viaturas da PM, a mando de alguém que se diz proprietário neste novo local - mas que não apresentou sequer um documento - chegaram no espaço sem mandado judicial, ameaçando prender as pessoas, puxando pistola e com o uso excessivo da força, tentando levar alguns para a delegacia.Despejo de famílias em Bayeux - Foto: Arquivo Pessoal
Segundo moradores, o mandado de reintegração de posse era para a área por trás da empresa Guanabara, a qual a construtora Bela Vista, que é do pai de Sara Cabral, venceu no processo de reintegração de posse. A nova área ocupada, no entanto, pertence ao estado.
Segundo Gleyson Melo, do Movimento dos Trabalhadores por Direitos, os policiais estavam munidos de metralhadoras e fizeram abuso da força e ameaças. “A polícia não pode agir como justiça, que é quem vai decidir agora sobre o caso. As crianças estão lá, jogadas, os móveis das pessoas jogados, e eles não têm outra opção senão dormir num barraco de lona, de onde estavam na outra ocupação”, conta ele. Despejo de famílias em Bayeux - Foto: Arquivo Pessoal
Gleyson chama atenção para a profunda crise social na cidade de Bayeux que é a quinta maior cidade do estado, e durante 16 anos do Minha Casa Minha Vida, não teve nem uma casa sequer construída. “As pessoas não têm condição de pagar aluguel e estão vivendo esta profunda crise no bairro Mário Andreazza. E entendemos que isto tem que ser resolvido como uma questão social, e não como um caso de polícia, com violência”, completa ele.Despejo de famílias em Bayeux - Foto: Arquivo Pessoal
Depois de muita tensão e articulação dos direitos humanos, de várias autoridades e organismos do estado, a polícia recuou. Estiveram presentes para intermediar a situação: Ministério Público Federal, Ouvidoria do Estado, Conselho de Direitos Humanos, advogados e movimentos sociais, onde conseguiram esta trégua para que o litígio judicial seja garantido.
O MST chegou trazendo macaxeira e inhame para as pessoas que precisam de solidariedade, e os moradores fazem um apelo por fraldas, há crianças que tomam leite, alimentos, material de higiene, precisam de um caminhão para fazer o transporte - porque ainda estão levantando os barracos - e vários outros gêneros alimentícios, água, panelas e fogão.Despejo de famílias em Bayeux - Foto: Arquivo Pessoal
Despejo de famílias em Bayeux - Foto: Arquivo Pessoal
Despejo de famílias em Bayeux - Foto: Arquivo Pessoal
Despejo de famílias em Bayeux - Foto: Arquivo Pessoal
Edição: Cida Alves