Foi preso em Altamira, no Pará, o fazendeiro Regivaldo Pereira Galvão, conhecido como "Taradão", condenado pela Justiça por ser o mandante do assassinato da missionária católica Dorothy Stang. A militante, nascida nos EUA e naturalizada brasileira, atuava na luta pela terra, contra os latifundiários e pela preservação da floresta, entrando em conflito com grileiros e madeireiros. O crime teve repercussão mundial.
Stang foi assassinada com seis tiros pelas costas no quintal da sua casa em 2005, na cidade de Anapu (PA). Um dos tiros pegou na cabeça. Ela tinha 73 anos de idade.
Em abril de 2010, Regivaldo foi condenado a 30 anos de prisão por ter encomendado o crime. Entre 2012 e 2017, os advogados conseguiram que ele respondesse o processo em liberdade.
Reginaldo voltou para a cadeia em 2017, com uma condenação em segunda instância.
No entanto, estava em liberdade desde maio de 2018, por conta de um habeas corpus, instrumento jurídico que garante a liberdade de alguém enquanto aguarda a decisão do recurso do processo, concedido pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
A liminar, decisão provisória, que derrubou o habeas corpus também é do STF e foi concedida no final do mês fevereiro. Regivaldo foi preso em casa na cidade de Altamira (PA). Os policiais levaram o fazendeiro de volta para a prisão nesta terça-feira, dia 16.
De acordo com as acusações do Ministério Público que levaram à condenação, a morte da missionária foi encomendada pelos fazendeiros Vitalmiro Bastos e Regivaldo Galvão.
Vitalmiro teria pago para Amair Feijoli da Cunha intermediar a contratação dos assassinos. Por isso, foi condenado a 18 anos de prisão.
Quem, atirou na missionária foi Rayfran das Neves Sales, que confessou o crime e foi condenado a 27 anos de prisão. Ele deixou o regime fechado para cumprir o restante da pena em prisão domiciliar em julho de 2013. Clodoaldo Carlos Batista, que foi condenado por ser comparsa de Rayfran no crime, recebeu uma pena de 17 anos.
Aliados da missionária Dorothy que estão na luta contra os latifúndios na região amazônica, como o padre Amaro, continuam sofrendo ameaças de morte.
Edição: Juca Guimarães