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Artigo | Ana Estela, Haddad, Lula: a perseguição nunca para

Ao atacar Ana Estela, a imprensa já prepara um roteiro no qual menospreza a sua biografia

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
Ana Estela e Fernando Haddad seguram máscaras de Lula durante a campanha
Ana Estela e Fernando Haddad seguram máscaras de Lula durante a campanha - Ricardo Stuckert

A secretaria estadual de Combate ao Racismo do PT soltou uma nota recente em solidariedade a companheira Ana Estela Haddad, pelos ataques virulentos que começam rondar sua eventual candidatura.

Terminamos uma eleição, mesmo perdendo no segundo turno para o candidato das más ideias, afirmando que ninguém iria soltar a mão de ninguém e é essa frase não pode ser apenas um bordão. Temos que praticá-la a cada dia. Ao atacar de forma sutil a companheira Ana Estela, a grande imprensa já prepara um roteiro no qual menospreza a sua biografia e tenta condicioná-la ao seu companheiro. Isso não é um fato isolado, já aconteceu outras vezes. Vamos lembrar, por exemplo, a brutal perseguição que faziam com a ex-prefeita Marta Suplicy.

A verdade é que o poder masculino e branco não suporta ter que conviver com mulheres, negrxs, indígenas, jovens e LGBT's. É uma afronta para eles, mesmo que lentamente, as urnas têm dado o recado de que existem espaços para esses segmentos na política, basta os partidos terem ousadia e competência para captar essa vontade do eleitorado.

A principal trincheira de resistência nas ruas, contra o falacioso governo Bolsonaro/Dória/Covas, surge desses segmentos. Seja no carnaval, nos atos dos dias 08 e 14 de março, ou na ocupação da prefeitura de São Paulo contra o fim do programa municipal que atende a população indígena, na greve dos servidores. Na maioria dessas ações, o protagonismo vem de mulheres, negrxs/indígenas e a mensagem que fica é que tem uma revolução surgindo, que quando eclodir ninguém vai segurar.

Representatividade não é "mimimi". Ela tem lastro e as eleições de 2020 podem ser uma grande amostra da capacidade política e organizativa dessa maioria que não é minimamente representada nos espaços de poder.

Em 2020, nada sobre nós, sem nós!

 

* Marilândia Frazão é Secretária Municipal de Combate ao Racismo do PT em São Paulo (SP) e Tiago Soares é Secretário Estadual de Combate ao Racismo do PT-SP.

Edição: Brasil de Fato