O presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, afirmou neste domingo (7) que o processo que desencadeou a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 7 de abril de 2018, é produto de uma mentira inventada pelo ex-juiz Sérgio Moro.
“O Lula é um homem vigiado, um homem acompanhado pela imprensa. Ele não é imbecil e não tem em sua índole isso de ficar aceitando favores em troca de corrupção. Esse Sérgio Moro, esse político, conseguiu manipular a imprensa brasileira, inventar uma história e condenar Lula”, afirmou Okamotto em entrevista à Rádio Brasil de Fato.
Segundo ele, o ex-presidente foi vítima de uma articulação judicial e midiática para convencer “a população de que Lula receberia um apartamento como propina. Lula foi presidente da República, deputado, líder sindical. Seria bobo, caipira se ele aceitasse um apartamento como propina. Mas conseguiram convencer a população de que ele seria capaz de receber o apartamento e com isso o condenaram em uma farsa, uma mentira, uma sacanagem muito grande”, afirma.
Em janeiro de 2018, o ex-presidente foi condenado em segunda instância pela 8ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) a 12 anos e um mês de prisão pelo caso que ficou conhecido como “Triplex do Guarujá”. Em fevereiro deste ano, o presidente foi novamente condenado, desta vez por um suposto recebimento de propina por meio da reforma de um sítio em Atibaia (SP). Nas duas condenações, não foram apresentadas provas contundentes de que Lula é culpado.
Segundo Okamotto, a prisão do petista, que completa um ano neste domingo, teve como objetivo impedi-lo de participar das eleições presidenciais de outubro de 2018, em que o ex-presidente era o favorito.
“Em uma disputa eleitoral, um projeto como o do PT pode ser derrotado por um projeto de direita, liberal, social democrata. Faz parte do jogo democrático em uma disputa eleitoral você perder ou ganhar. O que é lamentável é que fomos impedidos de ter uma disputa justa”, afirma.
Ainda para ele, o que temos hoje ao invés de um possível terceiro governo Lula “é uma visão tosca de destruir todos os direitos que foram conquistados, destruir todas as políticas que começaram a ser construídas".
"Nós começamos a pouco tempo a dar algum direito para as pessoas, começamos a pouco tempo dar oportunidade para as pessoas. Isso está sendo destruído de uma forma violenta”, completa.
“Só vou sair daqui quando o Lula Livre estiver sendo discutido nas igrejas”
O dirigente nacional do MST, João Paulo Rodrigues também falou à Rádio Brasil de Fato sobre a prisão de Lula e de seu recente encontro com o ex-presidente em Curitiba.
Segundo ele, Lula pareceu bastante tranquilo e o encontrou “como se ele estivesse na sala dele no Instituto Lula. Com a mesma perspicácia política, com o mesmo carinho, e ao mesmo tempo com a mesma sabedoria e responsabilidade histórica do dirigente e do líder que ele é”.
O dirigente afirmou que Lula pediu que os movimentos sociais se dediquem a conversar com o povo. Segundo ele, o ex-presidente afirmou que só irá sair da prisão “no dia em que o Lula Livre estiver nas igrejas, no boteco, nos campos de futebol, nesses debates populares. Enquanto esse debate não chegar lá, vão me segurar aqui como sequestrado”.
Rodrigues contou que Lula segue atento e preocupado com a situação do Brasil embora permaneça lúcido sobre sua condição de preso político. “Lula se deu conta do papel histórico que essa prisão tem não só para a vida dele, mas para a história do país. E ele se prepara psicologicamente para isso”, diz.
Edição: Pedro Ribeiro Nogueira