O coletivo Fotógrafos pela Democracia promove nesta quarta-feira (3) em São Paulo (SP) um leilão de 50 fotografias históricas de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O dinheiro arrecadado será repassado ao Instituto Lula e servirá para dar visibilidade à campanha pela libertação do ex-presidente, preso há quase um ano em Curitiba (PR).
Captadas por fotojornalistas de todo país, as imagens registram os principais momentos da trajetória política do petista -- desde a época de sindicalista, de cabelos pretos, até os últimos momentos antes da prisão.
Os lances começaram pela internet e terminam nesta quarta em um evento realizado no Bar Sabiá, no bairro Vila Madalena.
Segundo Monica Zarattini, integrante do Fotógrafos pela Democracia e uma das organizadoras do leilão, todas as fotos foram ampliadas, organizadas cronologicamente, com o carimbo do coletivo e a assinatura de Lula: “Isso as torna únicas. Ninguém vai ter uma outra fotografia dessas, carimbada pelos fotógrafos e assinada pelo presidente, no local onde está atualmente. Só de termos tido essa felicidade de mostrarmos ao Lula, dentro da prisão, essas 50 imagens, e ele ter se lembrado dos momentos de sua vida ao assinar cada uma, já nos dá uma satisfação incrível”.
A fotojornalista explica que o coletivo Fotógrafos pela Democracia, que antes se chamava Fotógrafos contra o Golpe, foi articulado na época do impeachment da ex-presidenta Dilma Rousseff (PT). Após a prisão política de Lula e a eleição de Bolsonaro (PSL), os profissionais seguem utilizando a fotografia para evidenciar a perseguição ao ex-presidente.
“A luta pela libertação do Lula é a luta pela democracia, por nós mesmos”, ressalta Zarattini, lembrando que o petista foi preso sem provas. “As últimas quatro fotos que vão a leilão são fotografias do momento trágico, no dia 7 de abril, quando ele foi levado injustamente preso. Nossa campanha é para que a sociedade perceba a injustiça de Lula, por meio das nossas imagens, que são icônicas, inusitadas e históricas”.
Também nesta quarta-feira (3), às 19h30, no Largo da Batata, zona oeste de São Paulo (SP), ocorre o Slam pela Democracia e Liberdade. As "batalhas" de rimas terão como alvo o Poder Judiciário e seu caráter punitivista e racista.
O caso Rafael Braga, jovem preso injustamente há mais de cinco anos e símbolo da seletividade penal brasileira, também será lembrado, assim como a prisão do DJ Renan da Penha, organizador do Baile da Gaiola, maior baile de favela do Rio de Janeiro.
“Essa causa política é do Lula, mas não só dele. É de todos os injustiçados do Brasil, encarcerados nessa justiça que tem lado. Somos nós que somos atingidos, pessoas da periferia”, critica o slammer Emerson Alcalde, que organiza o evento
Para ele, é urgente que a arte engajada tome partido e se posicione perante as violações que acontece no país. “É um momento desesperador, porque não sabemos como vai ser o dia de amanhã. Temos que protestar enquanto é possível. São momentos que podem nos ser negados. Enquanto tivermos lei e um aparato de proteção, temos que protestar”, defende.
Edição: Daniel Giovanaz