Em uma reunião fechada com parlamentares do partido Conservador, a primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, disse nesta quarta-feira (27) que irá renunciar ao cargo se o acordo proposto pelo governo para o Brexit for aprovado pelo Parlamento.
De acordo com o jornal britânico The Guardian, a renúncia de May aconteceria somente após a aprovação do acordo para a saída da União Europeia no Parlamento e antes da segunda fase de negociações do Brexit, que seria conduzida pelo próximo primeiro-ministro.
Segundo trechos da fala de May durante o encontro divulgados pelo governo, a premiê afirmou que compreende a necessidade de sua saída, mas que antes é preciso "fechar esse acordo e concluir o Brexit".
"Eu ouvi claramente o desejo da bancada do partido no Parlamento. Eu sei que existe um desejo por uma nova abordagem – e uma nova liderança – na segunda fase das negociações do Brexit, e eu não vou atrapalhar", afirmou a premiê.
Ainda de acordo com o governo, May disse que está "preparada" para deixar o cargo "mais cedo do que pretendia". "[É] Para fazer isso de forma correta para nosso país e para nosso partido", disse.
A primeira-ministra ainda afirmou que antes de sua saída "o trabalho deve ser concluído" e fez um apelo aos parlamentares presentes para que votassem a favor do acordo do governo.
"Eu peço a todos nesta sala que apoiem o acordo para que nós possamos completar nosso dever histórico – para entregar essa decisão ao povo britânico e sair da União Europeia de maneira suave e ordeira", disse May.
Terceira votação
O projeto para a saída da União Europeia proposto pelo governo de May encontra resistência não apenas dos parlamentares, que já rejeitaram por duas vezes o acordo, mas também do presidente da Câmara dos Comuns, John Bercow, que chegou a proibir uma terceira votação se não fossem realizadas mudanças substanciais no texto.
Em pronunciamento realizado no início do mês, a premiê criticou o Parlamento, dizendo que a Casa fez tudo que podia "para evitar fazer uma escolha. Moção atrás de moção, emenda atrás de emenda, tem sido colocada sem que o Parlamento decida o que quer".
Extensão do prazo
Em carta enviada no dia 20 de março ao presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, a primeira-ministra pediu uma extensão no prazo para a saída do bloco europeu, já que a data limite original (29 de março) se aproxima e o Parlamento britânico ainda não aprovou nenhum acordo.
Por sua vez, Donald Tusk anunciou que os líderes dos países que compõem a União Europeia só irão adiar o prazo do Brexit se a primeira-ministra conseguir aprovar seu acordo para a saída do bloco no Parlamento.
Edição: Opera Mundi