O governo da Venezuela anunciou, nesta terça-feira (26) pela manhã, a suspensão de todas as atividades escolares e trabalhistas devido a um novo apagão elétrico no país. É a segunda vez que o país sofre com a falta de energia elétrica em menos de vinte dias.
Segundo informações da mídia local, a falta de energia elétrica afetou o sistema ferroviário e metroviário, mas os aeroportos e portos continuam operando normalmente.
Ao anunciar a suspensão das atividades, Jorge Rodríguez, atual Ministro de Comunicação e Informação do país, declarou que o corte no fornecimento de energia se deve a um ataque ao sistema elétrico nacional.
De acordo com o anúncio oficial, foram realizados dois atentados à hidrelétrica de Guri, onde se produz a maior parte da eletricidade do país. A hidrelétrica de Guri é uma das maiores geradoras de energia da América Latina, atrás apenas da binacional Itaipu (Brasil e Paraguai), e sua produção abastece também parte do sistema elétrico de Roraima, no Brasil.
O primeiro ataque aconteceu às 13h29 (horário local) dessa segunda-feira (25), produzindo uma perda de carga que foi reestabelecida posteriormente e, às 19h, o sistema voltou a a operar com normalidade.
No entanto, um segundo ataque foi realizado às 21h47 (horário local), através de um incêndio.
“Mãos criminosas provocaram um incêndio de grande magnitude no pátio de transmissão de Guri, afetando os três autotransformadores e toda a instalação elétrica imprescindível para a transmissão. Um evento desta natureza jamais tinha sido visto na história do Sistema Elétrico Venezuelano”, informa a declaração oficial do Governo Bolivariano.
Segundo meios de comunicação estrangeiros, 17 dos 23 estados foram atingidos neste novo ataque. O governo e os meios estatais venezuelanos não divulgaram a quantidade de locais atingidos.
No apagão anterior, do dia 7 de março, a falta de energia elétrica foi registrada em 22 estados venezuelanos, com exceção do estado do Amazonas.
Desde o ataque passado, o Estado venezuelano tem denunciado que o apagão é resultado de uma "guerra elétrica" produzida pela oposição, por meio de atos de sabotagem com os quais os opositores buscam desestabilizar o país gerando "um clima de desespero", como declarou Jorge Rodríguez.
Um relatório publicado pela articulação de jornalistas Misión Verdad, após o ataque do dia 7 de março, estabelece alguns pontos de conexão entre o blecaute do país, gerado por ataques cibernéticos à usina de Guri, e declarações e ações prévias da oposição, alinhada ao governo dos Estados Unidos.
"Este golpe cibernético contra o sistema elétrico nacional implica um ataque militar de fato, uma extensão do ocorrido na fronteira da Colômbia e da Venezuela no 23 de fevereiro", informa o documento.
Apesar da falta de energia elétrica e consequente suspensão das atividades, o clima nas ruas da capital do país, Caracas, é de tranquilidade, informa a teleSUR.
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Edição: Luiza Mançano