Há exatamente um ano, o carro onde estavam a vereadora Marielle Franco (PSOL) e seu motorista Anderson Gomes foram alvejados por 13 tiros na cidade do Rio de Janeiro, logo após a parlamentar sair de uma agenda de trabalho na noite de 14 de maio de 2018.
Para lembrar o assassinato e cobrar das autoridades respostas mais concretas sobre a motivação do crime, dezenas de cidades do Brasil e do exterior amanheceram com homenagens a Marielle nesta quinta-feira (14). No final da tarde, organizações prometem voltar às ruas com atos políticos em cidades como Rio de Janeiro (RJ), Belo Horizonte (MG) e São Paulo (SP).
No Rio de Janeiro, centenas manifestantes cobriram calçadas e paredes com imagens da vereadora pela manhã. As ações aconteceram no local do crime, no centro do Rio, nas escadarias da Câmara dos Vereadores e no Complexo da Maré. Por todos os cantos, se viam flores e ecoavam palavras de ordem.
Os Arcos da Lapa amanheceram com uma faixa em memória à vereadora. A igreja da Candelária realizou uma missa em sua memória.
No começo da manhã, ceca de 400 mulheres do Movimento Pela Soberania Popular na Mineração (MAM) e do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) trancaram a ferrovia que transporta minério de ferro extraído da região do quadrilátero ferrífero em Sarzedo (MG), vizinha à Brumadinho. A ação em memória de Marielle Franco pediu justiça às vítimas da Vale pelo rompimento da barragem Córrego do Feijão, em Brumadinho.
Em Itaberaba (MG), 250 agricultoras do MST de todas as regiões da Chapada Diamantina também foram às ruas nesta manhã para pedir respostas sobre a motivação e o mandante do crime.
Na capital Brasília (DF), parlamentares do PSOL fizeram um ato político na Câmara cobrando respostas do Estado sobre o crime. Embora dois suspeitos tenham sido presos na última terça-feira (12), movimentos populares, organizações sociais e parlamentares cobram respostas sobre o que consideram a questão-chave: quem mandou matar Marielle.
Uma ponte do Distrito Federal também recebeu o nome de Marielle Franco nesta manhã.
Marielle também foi homenageada na escadaria da Arco Verde, em Pinheiros (SP), com uma ação realizada por grafiteiras. Hoje, o local se chama Escadão Marielle Franco.
Na cidade de Valinhos (SP), um acampamento ligado ao MST que leva o nome da vereadora também realizou homenagens.
No hemocentro do Hospital Universitário de Londrina, norte do Paraná, mulheres integrantes do MST fazem uma campanha de doação de sangue, denunciando um ano do assassinato de Marielle e impunidade do crime.
No bairro de Nova Descoberta, zona norte do Recife (PE), o Grupo Mulher Maravilha reuniu moradoras para uma roda de conversa seguida de manifestação de rua, falando do direito à aposentadoria, violência contra a mulher e feminicídio.
A Câmara de Vereadores capital pernambucana realizou um café da manhã em homenagem a Marielle Franco e Anderson Gomes. Parlamentares de Caruaru (PE) também prestaram homenagens logo cedo.
Movimentos populares deixaram a sua mensagem de solidariedade e pedido de justiça nesta madrugada (14) em Rio Branco (AC), espalhando diversos cartazes pelas ruas da cidade.
Já as ruas de Buenos Aires, na Argentina, amanheceram tomadas por placas com o nome da vereadora.
Na cidade de Bruxelas, Bélgica, a embaixada do Brasil amanheceu com pichações questionando o silêncio do Estado sobre a morte de Marielle.
A mais recente obra do artista Vhils homenageia Marielle em Lisboa, Portugal, no Miradouro Panorâmico do Monsanto. A arte esculpida é parte da campanha BRAVE, da Anistia Internacional, que homenageou mulheres defensoras dos direitos humanos
Edição: Luiz Felipe Albuquerque