Ao anunciar a deputada federal Joice Hasselmann (PSL-SP) como a nova líder do governo no Congresso, Jair Bolsonaro (PSL) passa o sinal que vai insistir no clima polarizado e de que não vai descer do palanque de campanha.
A pesquisa CNT/MDA, também divulgada nesta terça, que mostrou a baixa popularidade neste início de governo, também apontou empate técnico entre os que apoiam e os que se opõem à Reforma da Previdência.
A reforma da Previdência é batalha de vida ou morte para o governo e, principalmente, para Bolsonaro, que precisa mostrar iniciativa e só consegue no ambiente polarizado, de caos e de terror. Os movimentos até então indicam que Bolsonaro travará a batalha na sociedade. Ou seja, tentará ganhar os votos de fora pra dentro do Congresso, numa guerra permanente de comunicação.
O governo vai apostar tudo numa campanha na base do terror, do tipo: ou aprova a reforma ou a Previdência acaba. Na verdade, é bem mais que isso. Se não aprovar a reforma, o governo acaba. A oposição e as forças progressistas precisam ter a clareza de que a essência desta proposta de reforma da previdência é instituir o sistema de capitalização e por fim à contribuição patronal.
Derrotar esta reforma da Previdência é um dever de todos - à esquerda, do centro e à direita - comprometidos com uma sociedade que preza por solidariedade, entende o papel do Estado como indutor do desenvolvimento com justiça social.
*Daniel Samam é músico e educador. É membro do Coletivo Nacional de Cultura do Partido dos Trabalhadores (PT).
Edição: Vivian Virissimo