No dia 27 de fevereiro, uma ampla mobilização acontecerá nas principais cidades do Brasil, em repúdio à extinção do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (CONSEA), instância representativa fundamental para garantia do Direito Humano à Alimentação Adequada (DHAA). Em João Pessoa, o movimento ocupará o Parque Sólon de Lucena, a partir das 08h, com a participação de artistas, ativistas, indígenas, quilombolas e lideranças políticas do campo e da cidade em apoio à causa. Com o objetivo de sensibilizar a população para a importância de uma alimentação saudável, durante o ato simbólico serão distribuídos alimentos agroecológicos, ou seja, cultivados sem a presença de agrotóxicos.
Entenda
No primeiro dia como presidente, Jair Bolsonaro extinguiu um dos instrumentos mais importantes no combate à fome no país, o Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (CONSEA), uma instância fundamental para garantir o Direto Humano à Alimentação Adequada (DHAA). O CONSEA foi o órgão responsável por tirar o Brasil do mapa da fome, em 2014. Nele eram discutidas as formas de garantir a segurança alimentar, apontando as diretrizes para a política alimentar nos estados. Sem o CONSEA, as políticas públicas ligadas à alimentação ficam enfraquecidas. Traduzindo, o governo extinguiu um órgão voltado à alimentação saudável e combate à pobreza, condenando populações vulneráveis, no campo e na cidade, à fome. No dia 28/02 a MP que extingue definitivamente o CONSEA vai à votação. Por isso é preciso mobilizar toda a sociedade para pressionar o governo e exigir a volta do Conselho. Em um país com tanto potencial para produzir e distribuir alimentos de qualidade é inadmissível que voltemos ao mapa da fome!
A verdade sobre o que você come
Alimentar-se bem é um direito garantido na constituição e vai além do consumo diversificado de alimentos saudáveis, compreendendo também o direito de respirar ar puro, ingerir água limpa e ver protegidos os mananciais, as terras e florestas, desfrutando de um ambiente preservado e livre de venenos. O cultivo diversificado garante a produção de alimentos saudáveis e sustentáveis, com preservação da natureza, o que chamamos de agroecologia. Uma produção consciente que muitas famílias camponesas, indígenas, quilombolas e assentadas têm feito para garantir qualidade de vida às comunidades e cidades. Mas há outra forma de produzir alimentos, que é através da monocultura, ou seja, o cultivo em grande escala de um só gênero alimentício e totalmente voltado ao lucro. Este cultivo é praticado em latifúndios, sem cuidados com o meio-ambiente e com uso indiscriminado de agrotóxicos que envenenam nossas águas, terras e corpos cotidianamente.
Edição: Heloisa de Sousa