A repórter chilena Nicole Kramm, atacada por opositores de Nicolás Maduro na manhã deste sábado (23), criticou aqueles que tentam abrir à força as fronteiras da Venezuela para levar suposta ajuda humanitária: "Foi um atentado. Não são heróis. Quase me assassinaram, por quinze centímetros. Se não corro, atingiria meu corpo todo, e eu não estaria viva para contar isso", disse Kramm, que teve o relato transmitido à imprensa pela amiga Natalia Espinoza.
:: O que está acontecendo na Venezuela? ::
A jornalista foi atropelada por um veículo em alta velocidade sobre a ponte internacional Simón Bolívar, na divisa entre Colômbia e Venezuela. A fronteira foi fechada pelo presidente venezuelano para impedir a entrada de "ajuda humanitária" -- que os chavistas entendem como um "cavalo de Troia" para abrir caminho para uma intervenção estadunidense no país.
"Queriam matar civis que estavam parados na fronteira, a toda velocidade. Eu me salvei por pouco. Não consigo acreditar que eles sejam apresentados como heróis", acrescentou a profissional chilena, em conversa com a jornalista da televisão estatal Telesur, Paola Dragnic.
Nenhum representante do governo chileno se pronunciou sobre o caso -- nem mesmo o presidente Sebastián Piñera, que se encontra na fronteira. A oposição venezuelana não reivindicou o ataque.
Nicole Kramm está hospitalizada, e o quadro de saúde é estável.
* Com informações de El Ciudadano e El Desconcierto
Edição: Daniel Giovanaz