A Comunidade Escolar Jango Unido da ECIT Presidente João Goulart fez vários atos públicos, reuniões e conversas, esta semana, para protestar contra a destituição do gestor Felipe Baunilha do cargo de direção. O grupo afirma que Felipe foi eleito democraticamente por alunos, professores, pais e técnicos da escola, e, portanto, exigem que ele cumpra seu mandato até o final, que seria em agosto de 2019. Segundo Tatiane Simas, professora de História da instituição, desde o início do ano o conselho da escola vem se reunindo e esperando a nomeação de Felipe Baunilha, que até agora não aconteceu, e que na segunda pela manhã, receberam uma pessoa indicada pela Secretaria de Educação informando que seria a nova gestora da escola. “A gente está enfrentando vários problemas porque estamos sem direção e sem coordenação pedagógica, sem pessoal na Secretaria. Nós reivindicamos Felipe baunilha porque ele foi eleito e assumiu em agosto de 2017 e encerra esse ano em agosto de 2019, e ele vem trabalhando para melhorar muito a escola, junto com o corpo técnico e os alunos”.
Segundo ela, a escola enfrentava muitos problemas com a direção anterior, dentre outros, a compra da merenda e de material escolar que não chegava, os alunos que não tinham fardamento, equipamentos que chegavam ao desuso porque ficavam trancados em uma sala e não eram utilizados. “Então agora que se começa a organizar a escola, que a gente está vendo o apoio da comunidade, a Secretaria de Educação decide mudar a direção sem consultar ninguém”. Tati conta que a raiz do problema é a alteração na legislação que determina que só o estado pode escolher quem é o gestor das escolas públicas. Porém, segundo ela, nem o governador, nem o secretário de educação pertencem ao cotidiano da escola, e quem sabe o que é bom para escola são os professores, os alunos e os pais: “determinar que o Executivo escolha a gestão da escola é surreal, é absurdo e totalmente antidemocrático”, afirma.
Para Iara Guimarães, mãe e representante do conselho, a preocupação é com a qualidade do ensino: “Ele (Baunilha) incentiva muito os alunos a estudarem e os professores também. E tem aquele círculo de amizade que facilita o trabalho de todos. Felipe Baunilha não conseguiu resolver tudo porque não depende só dele mas é muito esforçado, vai atrás e temos medo que seja como antes, que não tinha uma educação boa na escola, que isso volte tudo novamente.”
As alunas Ana Beatriz e Alana Silva se dizem inconformadas porque o gestor Felipe foi eleito democraticamente e que a pessoa que enviaram para assumir seu lugar não tem nenhum vínculo com a escola. “Com ele a estrutura da escola melhorou, a alimentação, e a gente viu uma diferença enorme porque não recebíamos fardamento, nem livros, nem tinha quadra. A gente vinha para a escola não tinha onde tomar banho porque não tinha chuveiros, e ele ajeitou.”
Elas falam que a aprendizagem, a organização e a comunicação entre alunos e a direção melhorou muito: “a gente quer que isso continue, e agora tiraram ele sem dar explicação nenhuma”. As duas alunas afirmam, ainda, que sentiram um aumento do protagonismo estudantil na escola, no Grêmio, e que fizeram várias cobranças à Secretaria Educação: “a gente acha que eles viram isso como um ponto negativo por estarmos nos organizando e exercendo realmente o nosso protagonismo, enquanto movimento social.”
O grupo está firme e disse que vai se organizar, passar na casa das pessoas no bairro e sensibilizar a comunidade para garantir a permanência do gestor Felipe Baunilha no cargo. Essa semana vários atos e conversas aconteceram para continuar a reivindicação.
Aléssio Trindade recebeu pessoas do grupo, disse que iria reavaliar a situação mas hoje (14), retrocedeu e anunciou que não nomearia Felipe Baunilha e que ele também não faria mais parte do quadro de professores da escola. O grupo afirma que continuará os protestos pela volta do gestor.
Edição: Cida Alves