Ex-motorista do senador Flávio Bolsonaro (PSL) e suspeito de atuar como “laranja” do parlamentar em movimentações bancárias, Fabrício Queiroz afirmou, em nota nesta terça-feira (22), que é responsável por indicar a mãe e a mulher de um miliciano que foi alvo de uma operação do Ministério Público e da Polícia Civil nesta manhã, no Rio de Janeiro.
Funcionária do gabinete de Flávio na Alerj, Raimunda Veras Magalhães é mãe de Adriano Magalhães da Nóbrega, ex-capitão do Bope e um dos chefes da milícia de Rio das Pedras, na zona oeste do Rio. Nas suspeitas sobre as finanças de Flávio Bolsonaro levantadas no final do ano passado pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), Raimunda é uma das funcionárias que repassava parte do salário recebido para Queiroz.
A defesa de Queiroz alega que o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) vem vazando diariamente para a imprensa informações sobre o processo que corre em sigilo e que teve o andamento recentemente suspenso pelo ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF). O MP afirma, contudo, que a investigação é legal e não se trata de perseguição, já que tem como alvo outros servidores e parlamentares da Alerj.
Embora Flávio Bolsonaro diga que desconhece a mãe e a mulher do miliciano, que está foragido e é acusado de envolvimento na morte da vereadora Marielle Franco (Psol) em março do ano passado, o senador concedeu, quando era deputado estadual, a maior homenagem do Estado a Adriano Magalhães e ao major da PM Ronald Paulo Alves Pereira, preso nesta manhã. Ambos receberam a Medalha Tiradentes das mãos de Flávio.
Edição: Mariana Pitasse