Poucas horas depois de o Ministério Público e a Polícia Civil deflagrarem no Rio de Janeiro a operação que prendeu milicianos ligados ao senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL) e suspeitos de envolvimento na morte da vereadora Marielle Franco (Psol), o nome do filho do presidente Jair Bolsonaro já ocupava o topo dos assuntos mais comentados na rede social Twitter. A hashtag mais postada nesta terça-feira (22) era #FlavioBolsonaroNaCadeia.
Nos perfis do senador no Facebook e no Twitter, internautas cobraram explicações sobre todos os fatos não esclarecidos, como as movimentações bancárias suspeitas reveladas pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) no final do ano passado, o crescimento do patrimônio do parlamentar bem antes dele se tornar empresário e, agora, a ligação com a milícia de Rio das Pedras, na zona oeste do Rio de Janeiro, organização criminosa mais forte e perigosa do estado.
O caso de Flávio Bolsonaro também se agravou depois que foram divulgadas informações de que seu ex-motorista Fabrício Queiroz, apontado como “laranja” para esconder as operações financeiras suspeitas, se escondeu em uma casa de Rio das Pedras, quartel-general dos milicianos, logo após vir à tona o escândalo do Coaf envolvendo integrantes da família Bolsonaro.
Outro fato que ganhou projeção no noticiário desta terça-feira (22) e ofuscou a presença e o discurso do presidente Jair Bolsonaro no Fórum Econômico de Davos, na Suíça, foi o fato de até novembro do ano passado o ex-deputado Flávio Bolsonaro ter empregado em seu gabinete na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) a mãe e a mulher de um dos milicianos que são alvo da operação.
Como deputado estadual, Flávio Bolsonaro homenageou com medalhas na Alerj dois dos milicianos de Rio das Pedras. Um deles, o major da PM Ronald Paulo Alves Pereira foi preso mais cedo. O ex-capitão Adriano Magalhães da Nóbrega, homenageado por Flávio por sua “dedicação, brilho e galhardia”, é considerado foragido.
Edição: Mariana Pitasse