O governo da Venezuela condenou nessa quarta-feira (2) o que chamou de “atitude intervencionista” dos Estados Unidos e do Brasil, em referência à reunião que o presidente Jair Bolsonaro manteve com o secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo.
Para Caracas, Pompeo “emitiu ordens diretas aos governos subordinados a Washington” durante a reunião com Bolsonaro e com o chanceler brasileiro, Ernesto Araújo.
“O Governo Bolivariano denuncia ante o mundo a descarada e reiterada intromissão da administração Trump nos assuntos internos da Venezuela, acompanhada de chantagens e pressões a países da região, em aberta violação dos princípios mais elementares do direito internacional”, diz um comunicado divulgado pela chancelaria venezuelana.
A Venezuela diz que o governo estadunidense está “obsessivo” em forçar uma mudança de governo e exigiu que Washington interrompa o bloqueio econômico e as sanções contra Caracas.
O encontro das novas autoridades brasileiras com Pompeo aconteceu em Brasília, para onde o secretário de Estado veio para assistir à posse de Bolsonaro.
Brasil e EUA se comprometeram a construir uma cooperação mais intensa, no marco de um novo realinhamento do Itamaraty com Washington – e mudando o posicionamento brasileiro com relação a países como Venezuela, Cuba e Nicarágua.
Leia íntegra do comunicado do governo da Venezuela:
O governo da República Bolivariana da Venezuela rechaça categoricamente a atitude intervencionista do secretário de Estado dos Estados Unidos, Mike Pompeo, que, em outra de suas erráticas atuações, veio à América Latina emitir ordens diretas aos governos subordinados a Washington, com o objetivo de que se escalem suas agressões contra o Povo da Venezuela em seu obsessivo propósito de procurar uma mudança de regime pela força.
O Governo Bolivariano denuncia mais ante o mundo a descarada e reiterada intromissão da Administração Trump nos assuntos internos da Venezuela, acompanhada de chantagens e pressões a países da região, em aberta violação dos princípios mais elementares do Direito Internacional.
Ante as reiteradas e desesperadas ações ingerencistas imperialistas contra o Povo venezuelano, o governo da República Bolivariana da Venezuela recorda à elite supremacista governante nos Estados Unidos que a Venezuela é irrevogavelmente livre e independente, e por isso exige o devido respeito a sua soberania nacional, assim como o imediato levantamento do inumano bloqueio econômico e das medidas coercitivas unilaterais contra a economia venezuelana, definidas pelo especialista independente do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas Alfredo de Zayas como flagrantes delitos de lesa humanidade.
Caracas, 2 de janeiro de 2019.
*Com informações da teleSUR.
Edição: Opera Mundi