Mais de meio milhão de desempregados, atraso e parcelamento dos salários do funcionalismo, extinção de fundações, aumento de impostos, ausência de investimentos, péssimos números na segurança, educação e saúde. Dentro de alguns dias, após quatro longos anos, José Ivo Sartori será passado. Concluirá, enfim, o mais penoso mandato dos últimos tempos no Rio Grande sob o ponto de vista dos trabalhadores. Verdade que aquele que subirá as escadarias do Palácio Piratini não gera entusiasmo. Mas o fato de que Sartori terá que descê-las provoca júbilo.
Foram quatro anos de paralisia econômica, irrelevância política e sempre em pé de guerra com os servidores. Abraçado ao credo neoliberal, Sartori empenhou-se em atribuir os problemas do Estado à herança recebida, esquecendo-se da condição do seu PMDB, hoje MDB, de acionista majoritário da desgraça gaúcha _ dos últimos 32 anos, esteve 20 no poder. Subsidiariamente, culpou os funcionários, punidos com salários achatados e humilhações.
Enquanto Sartori repetia sua cantilena, o Estado afundava. No seu governo, pela primeira vez na história, o salário mínimo regional cresceu abaixo da inflação. As escolas estaduais perderam 17,3 mil professores e funcionários. Caiu a cobertura vacinal contra a pólio, o sarampo e a meningite. A segurança perdeu 4,8 mil servidores. No começo do seu derradeiro ano de mandato, os homicídios dolosos haviam crescido 35%; o furto de carros, 20,3%; o roubo de veículos, 52,3%; e o latrocínio 41,2%.
Não se sabe o que Eduardo Leite fará. Os prognósticos não animam. Porém, do mais opaco governador da sua história o Rio Grande está livre.
Já vai tarde.
Este conteúdo foi originalmente publicado na versão impressa (Edição 8) do Brasil de Fato RS. Confira a edição completa.
Edição: Marcelo Ferreira