O presidente do Uruguai, Tabaré Vázquez, rejeitou nesta segunda-feira (03/12) o pedido de asilo político feito por Alan García, ex-presidente do Peru, acusado de receber propina da empreiteira Odebrecht.
García fez o pedido a Montevidéu alegando perseguição política e estava na embaixada do Uruguai em Lima desde 17 de setembro, com um amparo provisório enquanto o caso era estudado.
Em coletiva de imprensa, o mandatário uruguaio anunciou que a negação do pedido foi embasada em considerações jurídicas e afirmou que o caso "não é perseguição política".
"No Peru funcionam de forma autônoma e livre os três poderes do Estado e especialmente o poder Judiciário que conduz as investigações de eventuais delitos econômicos do ex-presidente do Peru", disse Vázquez.
Segundo a agência Efe, o embaixador do Uruguai no Peru, Carlos Barros, afirmou que "o Uruguai não concedeu o asilo ao ex-presidente Alan García, ele já saiu desta residência, todo o resto está por conta dos governos. Voltemos à paz".
No sábado, García foi proibido de sair do Peru por determinação judicial pelo prazo de 18 meses.
Uma das investigações que pesam contra o ex-presidente é de que ele teria recebido 100 mil dólares da empreiteira Odebrecht, pagos como propina em troca da licitação para construção da Linha 1 do metrô de Lima.
Após o anúncio de Vázques, o presidente do Peru, Martín Vizcarra, escreveu em sua conta no Twitter que ninguém possui privilégios no Peru e destacou que "nossa democracia garante a independência dos poderes".
Segundo a agência de notícias peruana Andina, Vizcarra se comunicou com o presidente uruguaio e garantiu "a independência dos poderes" e a continuidade das investigações.
Edição: Opera Mundi