O atual governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (MDB) recebeu voz de prisão na manhã desta quinta-feira (29) no Palácio Laranjeiras. A “Operação Boca de Lobo” expediu nove mandatos de prisão no estado baseados na delação premiada de Carlos Miranda, operador financeiro de Sérgio Cabral (MDB). A prisão preventiva foi determinada pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Segundo o Ministério Público (MP), Pezão fazia parte do esquema de corrupção do ex-governador preso Sérgio Cabral, do qual Pezão foi vice. O delegado da Polícia Federal responsável pela investigação, Alexandre Camões Bessa afirmou que o governador deu continuidade aos desvios "com seus próprios operadores".
O MP afirmou que a lavagem de dinheiro tinha duas fontes: as mesadas do delator Carlos Miranda - de R$150 mil com bônus e décimo terceiro - e o superfaturamento em contratos, principalmente, no setor de transportes. Segundo a PF, as empresas destinavam 5% dos valores dos contrato para o esquema de corrupção chefiado por Pezão.
Na manhã desta quinta-feira (29), o governador do Rio foi escoltado da residência oficial, em Laranjeiras, até a Superintendência da Polícia Federal, na Praça Mauá, centro da cidade. De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), há registros documentais do pagamento em espécie a Pezão de mais de R$ 39 milhões no período entre 2007 e 2015. A justiça determinou o bloqueio dos bens.
O vice Francisco Dornelles (PP) assume o cargo de governador em exercício imediatamente. Luiz Fernando Pezão (MDB) vai prestar depoimento e depois ficará preso no Batalhão Especial Prisional, em Niterói, região metropolitana. São investigados os crimes de lavagem de dinheiro, organização criminosa e corrupção ativa e passiva.
Este é o quarto governador preso no Estado, o primeiro em exercício do mandato. A Procuradora-Geral da República, Raquel Dodge, explicou que os crimes continuam em curso no Rio de Janeiro e se instaurou em “diversas unidades públicas do estado”.
Edição: Mariana Pitasse