Atenção Primária resolve 80% dos casos, mas governo diz que solução está no atendimento de especialistas
A crise na saúde pública do município do Rio de Janeiro atinge usuários e trabalhadores do Sistema Único de Saúde (SUS). Nesse momento, médicos e enfermeiros estão em greve por atraso de pagamentos, falta de insumos nas unidades, os cortes de verbas no orçamento de 2019 e a ameaça de demissões de 239 equipes de Saúde da Família e de Saúde Bucal pela gestão do prefeito Marcelo Crivella.
No Repórter SUS dessa semana, produzido em parceria com a Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio da Fundação Oswaldo Cruz (EPSJV/Fiocruz), o diretor de Comunicação do Sindicato dos Médicos do RJ e ex-coordenador do Programa de Saúde Mental do Ministério da Saúde, Pedro Gabriel Delgado, explica por que tais medidas podem gerar um desmantelamento total do atendimento primário - clínicas de saúde da família - "decisivo para a atenção à saúde”.
Os profissionais de saúde em greve estão dialogando com a população "para que ela seja uma aliada poderosa e eloquente nesse momento de defesa do SUS do município do Rio de Janeiro". Segundo Delgado, há uma sugestão "enganosa" dita à população de que o que falta para a saúde pública no Rio de Janeiro é o atendimento de especialistas, "quando nós sabemos que 70% a 80% dos casos são resolvidos na Atenção Primária”.
Confira a entrevista:
Edição: Cecília Figueiredo