Um geoglifo no Acre, que já impressionava pela forma talhada no solo e que lembra a bandeira nacional, agora é patrimônio cultural do Brasil.
Fica no Sítio Arqueológico Jacó Sá, na capital, Rio Branco. Detalhe que, apesar de o círculo dentro do losango lembrar a nossa bandeira atual, já faz mais de dois mil anos que ele existe. Para os indígenas, os geoglifos são tatuagens da terra.
Ao aprovar o tombamento do geoglifo, o Iphan, Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, ressaltou a importância dessas estruturas na herança cultural dos povos amazônicos.
E destacou que, além da importância científica, histórica e afetiva, local é de fácil acesso, pode ser identificado claramente pelos visitantes e tem potencial turístico. É a primeira vez que o Iphan tomba um geoglifo.
Para quem nunca viu, um geoglifo é uma figura geométrica de grandes dimensões escavada na terra.
Agora esse e outros geoglifos acreanos foram indicados para a Lista do Patrimônio Mundial da Unesco.
A indicação do novo patrimônio foi aprovada por unanimidade pelos 35 membros do Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural, que se reuniram nesta semana Belém, no Pará.
Na quinta-feira, o conselho já havia declarado duas manifestações culturais da Amazônia como patrimônios culturais brasileiros.
O Marabaixo, do Amapá, foi reconhecido como uma expressão cultural de devoção e resistência, que representa tradições e reúne ritmo, dança, vestimentas, comidas e literatura.
A origem do nome remete aos escravos que morriam nos navios negreiros: os corpos eram jogados na água e os negros cantavam hinos de lamento mar abaixo e mar acima.
Já o Complexo Boi-Bumbá do Médio Amazonas e Parintins, no Amazonas, mistura danças, músicas, drama e enredo que fazem o coração dos participantes e do público pulsar forte.
O evento cultural traz influências das missões jesuíticas, indígenas, negras e de outras regiões, como o Nordeste.
Edição: Radioagência Nacional