A médica Lígia Bahia, professora da UFRJ, analisa as “propostas” do próximo governo para a saúde
Finalizado o processo eleitoral, quais as perspectivas para a saúde pública a partir do programa apresentado pelo presidente eleito Jair Bolsonaro?
No Repórter SUS dessa semana, produzido em parceria com a Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio da Fundação Oswaldo Cruz (EPSJV/Fiocruz), a médica sanitarista Lígia Bahia, professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e co-autora do documento “A saúde nos programas dos candidatos à Presidência da República do Brasil em 2018”, indica algumas "incoerências" do conjunto de proposições do presidente que assume a partir de 1º de janeiro de 2019.
“A gente vai ter um presidente que não tem um programa para a saúde”, alerta a professora ao analisar algumas “propostas” do programa de governo de Jair Bolsonaro.
Ao classificar como “levianas” as “intenções” contidas no programa para a saúde, a especialista cita a questão do financiamento, o “credenciamento universal dos médicos” e “inclusão de profissionais de educação física nas equipes da Estratégia Saúde da Família”.
“Tanto o credenciamento universal dos médicos, quanto a inclusão de mais profissionais na equipe de Saúde da Família exigiria aporte de recursos, que é o que ele diz que não vai fazer. O programa [de governo] de saúde do presidente eleito é muito frágil, muito inconsistente, incoerente inclusive", ressalta.
Ouça a entrevista:
Edição: Cecília Figueiredo