O Núcleo de Estudos do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais (IFCS/UFRJ) sobre Geopolítica, Sistema Mundial e Integração Regional, junto com outros centros de pesquisa e organizações populares e sindicais vão promover seminários no Rio de Janeiro sobre a conjuntura mundial.
Na segunda-feira (12) tem início o primeiro ciclo que pretende discutir o cenário internacional e os desafios que se apresentam pra a América Latina e o Brasil. Nesta primeira parte, o seminário vai analisar aspectos geopolíticos dos processos em andamento e dos projetos de integração regional como a emergência da região asiática, e particularmente da China como grande articulador de novas tendências na economia.
A partir da disputa por territórios, recursos naturais e hidroenergéticos, os palestrantes vão buscar os impactos dessas políticas sobre as populações locais, movimentos sociais, os Estados e a soberania nacional. Entre os organizadores do curso, também está o Instituto Tricontinental de Pesquisa Social, uma instituição internacional dirigida por movimentos populares. “O seminário também busca aproximar o universo acadêmico e sua produção com a realidade dos movimentos populares e sua produção de conhecimento. Bem como aproximar do movimento sindical, importante estrutura de organização dos trabalhadores”, explica André Cardoso, coordenador do escritório no Brasil do Instituto Tricontinental.
A professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Monica Bruckmann será uma das palestrantes deste primeiro ciclo de seminários. Segundo ela, o cenário mundial é de “caos e mudanças hegemônicas”, sendo a América Latina uma região de grande importância devido aos recursos naturais estratégicos para a economia mundial. Nesse contexto, o curso propõe uma analise apurada das tendenciais do sistema global e geopolíticos e seus impactos na América Latina e no Brasil, particularmente com o novo governo.
“Pelas declarações de Bolsonaro haverá um aprofundamento da agenda bilateral com os Estados Unidos e afastamento das relações de integração regional com a América do Sul que o governo do PT tinha construído com a África, América Latina e Caribe, e o próprio Mercosul que significou um espaço importante para o Brasil”, diz Bruckmann que também é diretora de pesquisa da Cátedra e Rede UNESCO sobre Economia Global e Desenvolvimento Sustentável (REGGEN).
A professora também aponta o abandono de fóruns de integração regional por governos conservadores da América do Sul como Argentina, Chile, Colômbia e Peru e acrescenta que “em um mundo que está mudando profundamente, a integração regional constitui um experimento muito definitivo para posicionar a região de cada um desses países em melhores condições”, conclui a professora.
Serviço:
Data: 12/11/18
Horário: 14h às 19h
Local: Salão Nobre – IFCS
Instituto de Filosofia e Ciências Sociais - UFRJ
Largo São Francisco de Paula, 1
Edição: Jaqueline Deister