Wilson Witzel (PSC) começou a campanha para o governo do estado do Rio de Janeiro com apenas 1% das intenções de voto. Ainda no primeiro turno, teve sua candidatura impulsionada após receber o apoio do recém-eleito senador Flávio Bolsonaro (PSL). Em menos de duas semanas e em meio a muitas polêmicas, o ex-juiz conseguiu firmar a candidatura que o levou ao segundo turno contra Eduardo Paes (DEM) e garantiu a vitória neste domingo (28) com 59,8% dos votos válidos.
O governador eleito esteve com aliados políticos em uma casa de shows na Barra da Tijuca, na zona oeste. Em seu discurso após a vitória, ele manifestou gratidão ao senador que é filho do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) e afirmou não pegar carona política nessas eleições. "Assim como Jair Bolsonaro, meu compromisso é com o povo do estado do Rio. E saibam que isso vai facilitar muito as coisas", disse.
O carro-chefe durante toda campanha de Witzel foi um dos temas que mais aflige a população fluminense hoje: a segurança pública. Para tanto, o governador eleito defende a continuidade das Forças Armadas no estado que hoje cumprem o papel de patrulhar as ruas. Nas mãos do interventor e comandante Militar do Leste, Walter Souza Braga Netto a segurança no Rio sofre as consequências da intervenção federal militar. Desde fevereiro deste ano quando começou, houve um aumento de tiroteios e mortes em confronto.
Poucos dias antes do segundo turno, o então candidato pelo PSC declarou em evento na Associação de Oficiais Militares do Estado do Rio de Janeiro (AME-Rio) que o policial será autorizado a "abater" mesmo fora de situação de confronto.
Witzel também propõe a criação de um “Gabinete de Segurança Pública” dando autonomia e status de secretaria para as polícias civil e militar do estado, que passariam a estar vinculadas diretamente ao Gabinete do Governador. Outro enfoque da sua candidatura foi o combate à corrupção que, segundo ele, afeta o desenvolvimento em todas as áreas da esfera pública. Uma das medidas descritas em seu plano de governo está o chamado “teste de honestidade” e um manual de conduta para os servidores.
Saúde, Educação e Cultura
Diante de uma campanha forjada principalmente no discurso sobre segurança e no combate à corrupção, o governador do Rio abriu mão de discutir outros temas caros aos eleitores. Em diversas entrevistas, Witzel demonstrou sua intenção de estabelecer convênios entre o estado e a iniciativa privada com o objetivo de solucionar problemas na áreas da saúde, educação e cultura. Seja para reformar hospitais de referência ou ampliar a cobertura do atendimento em saúde, ele conta com recursos e contratações da rede privada.
O político defende pautas para a educação como o ensino profissionalizante e uma disciplina obrigatória “Constituição e Cidadania” em todo ensino médio estadual. Também é citada a criação de uma rede de escolas estaduais militares em parceria com as Forças Armadas e a Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro (PMERJ). Nas Universidades do estado, o ex-juiz aponta para um “reposicionamento” da produção científica nessas instituições, priorizando as de cunho tecnológico para aumentar a produtividade. Patrocínios e concessões são citados pelo governador do Rio para fomentar a cenário cultural do estado.
Edição: Jaqueline Deister