Sete partidos do campo progressista lançaram, nesta quinta-feira (18) à noite, em Brasília (DF), a Frente Ampla em Defesa da Democracia. A iniciativa envolve PT, PCdoB, Psol, PDT, Pros, PSB e PCB e tem o propósito de unir forças pela defesa da ordem democrática.
A articulação tem como pano de fundo o cenário eleitoral em torno da disputa pela Presidência da República. A candidatura de extrema direita de Jair Bolsonaro (PSL) é interpretada pelos referidos partidos como uma ameaça ao regime democrático e à garantia de direitos.
Por conta disso, a direção local das legendas lançou o “Manifesto em defesa da democracia, dos direitos e da soberania nacional”, em sintonia com o movimento nacional de oposição a Bolsonaro.
No documento, as siglas destacam as diferenças existentes entre o projeto político da chapa do PSL e o projeto do candidato Fernando Haddad (PT), que polariza a disputa com ele neste segundo turno.
A nutricionista Maria Élida Logrado não é filiada a nenhum partido político, mas resolveu se somar ao ato de lançamento da Frente, que ocorreu na região central de Brasília. Em entrevista ao Brasil de Fato, ela afirmou que, na condição de cidadã e trabalhadora, se sente ameaçada diante das ideias de Bolsonaro.
“Nós estamos aqui em busca da democracia e pra fazer frente ao fascismo. Estamos em busca de proteger o Brasil do pior que pode acontecer daqui pra frente, pra preservar os nossos direitos”.
Marivaldo Pereira, militante do Psol-DF, aponta que a classe trabalhadora corre altos riscos neste cenário. Uma eventual vitória do candidato do PSL traria, segundo ele destaca, chance de uma piora econômica que leve à perda de mais direitos, no embalo ainda do aumento do desemprego. O problema já atinge 12,7 milhões de pessoas no país, segundo dados do IBGE.
Pereira acrescenta que a camada mais pobre da população tende a ser a mais atingida não só pelas crises econômicas, mas também pelas políticas autoritárias, baseadas na cultura do extermínio, no racismo, na homofobia, entre outras coisas. Os riscos, para ele, impõem a necessidade de uma grande reunião de forças progressistas.
“Todos aqueles que têm apego à democracia e a todas as conquistas que nós conseguimos de 1988 pra cá precisam se juntar pra trabalhar juntos e impedir o avanço do autoritarismo e da inépcia. É um dever de todos que têm a democracia como princípio”.
Ele considera que a união dos partidos do campo progressista neste momento é um fator positivo em meio ao cenário de avanço conservador. O militante acredita na possibilidade de um fortalecimento das alianças no futuro.
“A grande lição histórica que fica do autoritarismo é que é necessário que a gente tenha mais capacidade de superar nossas divergências e se focar mais nos nossos consensos”.
Com exceção do PDT, os partidos que lançaram a Frente no DF também estão unidos nacionalmente em torno da candidatura de Fernando Haddad.
Edição: Diego Sartorato