O ex-prefeito da capital paulista e candidato ao governo estadual João Doria (PSDB) disse ontem, em entrevista ao programa Roda Viva, que sua prioridade será a segurança pública. “Vamos agir de forma determinada na segurança pública”, afirmou. No entanto, quando prefeito, ele reduziu o gasto com policiamento realizado pela Guarda Civil Metropolitana (GCM) e os agentes continuaram reclamando de problemas como falta de equipamentos e uniformes, como blusas de frio. Os gastos foram reduzidos em 15% e o investimento em aproximadamente 55% entre 2016 e 2017.
Doria destacou que a GCM foi valorizada e recebeu doações de uniformes e equipamentos. No entanto, os materiais correspondem a apenas uma parte do contingente. No caso do armamento, foram doadas 600 pistolas Glock. A corporação tem 6 mil agentes e um déficit de aproximadamente 9 mil. Também houve doações de rádios comunicadores, drones, motocicletas e veículos elétricos, mas essas com prazo determinado para que a prefeitura os devolva.
O Sindicato dos Guardas Civis Metropolitanos de São Paulo (Sindiguardas-SP) em várias ocasiões denunciou o descaso com a corporação, afirmando que até convocações de concursados são adiadas por falta de uniforme. Além disso, o último reajuste de salário dos guardas foi em 2016, último ano da gestão de Fernando Haddad (PT).
Entre as promessas de Doria para o governo paulista estão aumento de salário para os policiais, criação de novos batalhões especiais e departamentos de polícia, aquisição de carros blindados e câmeras de vigilância. Ele garante que os cerca de R$ 30 bilhões do orçamento da segurança são suficientes e criticou o ex-governador Geraldo Alckimin (PSDB), seu padrinho político, por não fazer uma melhor gestão da segurança pública. “Há orçamento, o que não tem é gestão”, afirmou.
No caso dos novos batalhões especiais (Baep), Doria disse que vai criar 17 novos grupamentos no interior, cada um com 300 policiais e drones para policiamento aéreo. Hoje existem cinco. Também falou em ampliar as bases comunitárias da Polícia Militar para 1.200, mas não explicou como. Hoje são 400.
Sem citar Alckmin, o candidato tucano disse que vai apoiar a polícia científica com equipamentos de última geração. “A polícia científica, infelizmente, ao longo dos últimos anos, não teve os equipamentos e insumos necessários para proceder à investigação e elucidação de crimes”, afirmou.
Segundo o Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo, (Sindpesp) Alckmin deixou como legado um dos maiores déficits de efetivo da história da instituição. São 12.274 cargos vagos, sendo 2.777 apenas de investigador e outros 615 de delgados. Também há déficits de Escrivão de Polícia, com 2.505 cargos vagos, Agente Policial, com 851 e Agente de Telecomunicações, com 769.
Edição: Rede Brasil Atual