A Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) comemorou nesta sexta-feira (05/10) a anulação do indulto concedido ao ex-presidente peruano Alberto Fujimori (1990-2000). O ex-mandatário foi condenado a 25 anos de prisão por crimes contra a humanidade.
Segundo um comunicado do CIDH, a anulação do perdão é “um avanço importante na luta das vítimas de graves violações de direitos humanos”.
O indulto foi anulado na última quarta-feira (03/10) pela Suprema Corte do Peru. A decisão foi tomada pelo Juizado de Investigação Preparatória. O juiz Hugo Nuñez Julca expediu as ordens de "busca e captura" do ex-ditador e determinou que ele seja levado "ao estabelecimento penitenciário designado pela autoridade penitenciária".
A resolução do tribunal acatou um pedido de cancelamento do indulto que foi apresentado por familiares das vítimas dos massacres de La Cantuta e Barrios Altos, ambos ordenados por Fujimori durante seu governo.
O perdão foi concedido em dezembro de 2017 pelo então presidente do Peru Pedro Pablo Kuczynski (PPK). Na época, PPK tentava evitar um processo de impeachment. Segundo a imprensa peruana, a medida foi parte de um acordo com o partido fujimorista Força Popular, que se absteve de votar a favor do impedimento. Em março de 2018, PPK deixou o cargo após a aprovação de um segundo pedido de impeachment.
Fujimori tem 79 anos e governou o Peru entre 1990 e 2000. Em 2009, o ex-ditador foi condenado a 25 anos de prisão por crimes contra a humanidade pelos massacres.
Edição: Opera Mundi