As mulheres têm sido o foco dos discursos eleitorais nesse ano. Não à toa, já que a população feminina representa 52% do eleitorado brasileiro. Mesmo assim, a representatividade feminina está bem longe de chegar a um patamar de igualdade com os homens. No Congresso, pouco mais de 10% dos cargos são ocupados por mulheres.
Para Sônia Coelho, integrante da Marcha Mundial das Mulheres e da Organização Sempre Viva, preciso ampliar o nível de representação mas, mais que isso, de mulheres comprometidas com a pauta feminista. “A gente luta para que tenha mais mulheres no Congresso, mas que sejam comprometidas com o feminismo, com a causa da classe trabalhadora”.
Segundo Coelho, uma das demandas urgentes das mulheres brasileiras é o cuidado com a primeira infância, permitindo assim que as mães possam disputar seu espaço no mercado de trabalho. “A questão da creche é algo fundamental para as mulheres. Todos os estudos indicam que, uma mulher pobre, que consegue ter o filho na creche, ela consegue ter menos rodízio no trabalho, ela consegue permanecer mais tempo no emprego, ela consegue ter um salário melhor. A criança que, desde cedo, vai para creche, depois vai para o ensino infantil se torna um adolescente com melhores condições de permanecer na escola”.
Neste sábado, mulheres voltaram a protestar pelo país contra a candidatura de Jair Bolsonaro (PSL), que já se posicionou contrário às políticas de gênero, defendidas pelo movimento feminista.
Edição: Diego Sartorato