O jornalista Mário Augusto Jakobskind faleceu na manhã desta quinta-feira (4), no Rio de Janeiro. Com extensa e importante carreira dedicada ao jornalismo e às lutas sociais, Mário Augusto integrava, desde 2003, o conselho político e editorial do jornal Brasil de Fato, além de ser colunista e grande entusiasta do veículo. Seu velório acontece nesta sexta-feira (5), a partir das 10h, na Capela 1 do Cemitério São João Batista, em Botafogo, no Rio de Janeiro.
Carioca da gema, Mário Augusto faria 75 anos no próximo dia 16 de outubro. Sua vida perpassa por momentos singulares da história do país e sua experiência como historiador e jornalista é difícil de ser resumida em poucas linhas. Ao longo da carreira, ele passou pela redação de diversos jornais e agências de notícias, como a France Presse, em que foi redator, a Folha de S. Paulo, do qual foi repórter da sucursal do Rio de Janeiro, e a Tribuna da Imprensa, na qual trabalhou como editor de internacional. Chegou a colaborar ainda com o Pasquim, jornal referência da resistência à Ditadura Militar, do qual se orgulhava de ter integrado a equipe.
Jakobskind transformou sua profissão em trincheira de luta para militar, de forma incansável, pela difusão de informações sobre a América Latina em uma perspectiva de união dos povos e pela soberania da região. Por conta desta relação, trabalhou na Agência Cubana de Notícias, em Cuba, e atuou como editor da Revista Versus, a primeira publicação de caráter latinoamericano publicada no Brasil. Em nota, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) lembrou de sua contribuição na construção do “sistema de comunicação do Brasil de Fato”.
Mário Augusto ainda escreveu diversos livros, entre eles, os títulos “A hora do terceiro mundo”, publicado em 1982, e o mais recente “América que não está na mídia”, de 2005. Também travou luta sindical na Associação Brasileira de Imprensa (ABI) e no Sindicato dos Jornalistas do Rio de Janeiro (Sindijor-RJ). Integrou ainda o Conselho Curador da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), extinto após o golpe de 2016.
Por onde passou, Mário Augusto deixou como marca a vitalidade e a energia com que se dedicava às lutas sociais e a comunicação. Grande entusiasta do projeto do Brasil de Fato, Mário Augusto chegava escrever mais de um artigo por dia para o espaço dedicado a sua coluna neste site. Por isso, nos despedimos com seu último texto escrito, poucas horas antes de falecer.
Mário Augusto Jakobskind: presente, presente, presente.
Edição: Mariana Pitasse