Rio de Janeiro

VIOLÊNCIA

Administradora de página contrária a Bolsonaro é agredida por homens armados

Agressão física aconteceu uma semana depois de um ataque virtual às organizadoras do grupo

Rio de Janeiro | Rio de Janeiro (RJ) |
Ato contra Bolsonaro no sábado (29) é organizado por diversos coletivos de mulheres
Ato contra Bolsonaro no sábado (29) é organizado por diversos coletivos de mulheres - Fernando Frazão/Agência Brasil

Uma das administradoras do grupo “Mulheres Unidas contra Bolsonaro” no Facebook, foi agredida com socos e coronhadas por três homens na última segunda-feira (24), no Rio de Janeiro. Identificada apenas como Maria por motivos de segurança, ela foi atendida em um hospital da Ilha do Governador e o caso foi registrado na 37ª Delegacia de Polícia da região. 

Nas redes sociais, Maria se manifestou, dizendo que estava sem condições emocionais para tratar do assunto publicamente, mas que a luta continua. “Estou muito abalada, mas bem na medida do possível. Gostaria de responder a todos, mas infelizmente estou sem condições emocionais. A luta continuará e não será em vão”. 

Maria trabalha na campanha do candidato Sérgio Ricardo Verde (Psol) à Câmara dos Deputados. Sérgio Verde informou que no último domingo (23), durante uma panfletagem de campanha nas ruas, um homem pegou o panfleto da mão dela, amassou o papel e fez sinal de arma na direção da administradora da página. 

Na página pessoal de Maria Tuca, pessoas se manifestaram nos comentários em apoio à ativista, enquanto alguns eleitores de Jair Bolsonaro, candidato pelo à Presidência da República, se mostraram favoráveis à agressão física. 

Em nota, o Psol afirma que repudia a agressão covarde e exige das autoridades apuração e punição imediata contra os autores do ato: “Nos colocamos ao lado dos que defendem uma eleição livre de agressões físicas e violência. Temos certeza de que as mulheres não se intimidarão com mais agressão e farão do dia 29 um marco histórico”. 

Ataque nas redes 

Uma semana antes de Maria ser agredida, no sábado (15), as integrantes do grupo "Mulheres unidas contra Bolsonaro" sofreram um ataque virtual de hackers, que mudaram o nome do grupo do Facebook para que ficasse favorável ao candidato. A página voltou a funcionar no domingo seguinte e, segundo informações do Facebook, as administradoras vêm tomando as medidas necessárias para denunciar como crime cibernético. 

Conforme informações divulgadas na imprensa, as administradoras haviam recebido ameaças em suas contas no WhatsApp. Os invasores exigiram que o grupo fosse extinto e tentaram intimidar as responsáveis ameaçando divulgar seus dados pessoais como CPF e RG. 

Ex-mulher de Bolsonaro diz que foi ameaçada de morte por candidato 

Em meio ao noticiário sobre as agressões física e virtual, se tornou pública a informação de que a ex-mulher de Jair Bolsonaro, Ana Cristina Valle relatou ao Ministério das Relações Exteriores do Brasil que sofreu ameaça de morte por parte do candidato do PSL à Presidência em 2011. A informação foi dada por Ana ao Itamaraty, já que ela precisou deixar o país por conta das ameaças. 

A informação a qual o jornal “Folha de S.Paulo” teve acesso está em um telegrama reservado arquivado no Ministério das Relações Exteriores. Na época, Bolsonaro e Ana Cristina brigavam na justiça pelo guarda do filho, então com 12 anos de idade e ele acusava a ex-mulher de querer fugir com o adolescente para fora do país. 

Edição: Mariana Pitasse