No dia sete de outubro os paraibanos vão eleger dois novos senadores para a legislatura que vai de 2019 a 2027, isso porque os mandatos de senador são de oito anos. São sete candidaturas que pleiteiam as vagas e entre elas há nomes conhecidos da política paraibana, diretamente ligados ao golpe e vindos da velha política familiar. Mas também há candidaturas progressistas, ligadas ao enfrentamento a crise institucional no país e a retomada do crescimento com inclusão social.
Figuras como Cassio Cunha Lima (PSDB), Daniella Ribeiro (PP) e Roberto Paulino (MDB) representam diretamente a política do golpe e do ‘toma lá-dá-cá’. Cassio é um velho conhecido. Tem no currículo a cassação enquanto governador em 2009, foi um dos articuladores do golpe que destituiu a presidenta Dilma Rousseff, apareceu na lista da Odebrecht e teria recebido cerca de R$ 800 mil em propina. A lista é longa. Herdou dou pai a carreira política, o ex-governador Ronaldo Cunha Lima acusado de atirar em adversário político, tem dinheiro atirado de janela para compra de votos, cerca de R$ 350 mil.
A atual deputada estadual Daniella Ribeiro (PP) também vem de uma família de políticos com uma caminhada, no mínimo, controvérsia, os Velosos Borges Ribeiro, família de latifundiários envolvidos nas mortes dos líderes camponeses João Pedro Teixeira e Margarida Maria Alves. Seu irmão, Agnaldo Ribeiro, foi ministro das cidades entre os anos de 2012 e 2014 e deixou o cargo para votar pela cassação de Dilma, além de ter sido citado pelo doleiro Alberto Youssef.
Roberto Paulino (MDB) foi prefeito de Guarabira durante o período militar e aliado de José Maranhão. É o candidato do partido de Temer e representa o projeto do golpe. Aliado de longa data do ex-governador e atual senador José Maranhão, outro que votou pelo golpe e pelo caminho de retrocessos que o país adentrou.
Veneziano Vital do Rêgo (antigo PMDB, atual PSB) é filho do ex-deputado Antônio Vital do Rêgo e irmão do ex-senador e atual Ministro do Tribunal de Contas da União, Vital do Rêgo Filho. Foi prefeito de Campina Grande em 2004 e reeleito em 2008. Atualmente é deputado federal. Foi aliado do Governo Lula e Dilma, mas rompeu durante a votação do impeachment. Ao menos votou contra as reformas trabalhistas e da previdência e contra o projeto de lei que congelou os investimentos públicos por 20 anos.
Luiz Couto (PT) tem uma longa trajetória em defesa dos direitos humanos e da luta dos oprimidos. Desde 2003 recebe ameaças de morte, pela sua investigação contra grupos de extermínio. Desde 2003 é deputado federal e conta sempre com o apoio dos movimentos sociais e seu trabalho vem sendo reconhecido. Couto já apareceu quatro vezes na lista do site Congresso em Foco, que indica os mais atuantes parlamentares a cada ano. Além disso, recebeu da Secretaria Nacional de Direitos Humanos da Presidência da República a maior condecoração para aqueles que defendem os direitos humanos.
Completam a corrida eleitoral por uma cadeira Nelson Júnior e Nivaldo Mangueira, ambos do PSOL, ambos professores universitários e sem trajetória na política institucional. Já se candidataram outra vez, mas nunca exerceram cargo eletivo.
No Senado Federal cada estado brasileiro tem três Senadores da República. Em janeiro de 2019 se concluí os mandatos de Cássio Cunha Lima, senador eleito em 2010, e Aguinaldo Ribeiro que assumiu em 2015 como suplente de Vital do Rêgo. José Maranhão, eleito em 2014, segue até 2022.
Edição: Paula Adissi