Ao longo da história do Brasil as manifestações populares de matriz africana foram criminalizadas e perseguidas. A resistência teve que se fazer presente para que hoje o samba, o jongo, a capoeira e tantas outras vertentes culturais e religiosas conquistassem o seu lugar na cultura brasileira.
Neste final de semana (dia 1), um evento celebra os 45 anos de um símbolo cultural da cidade de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. A Roda Livre de Caxias reúne capoeiristas de todas as escolas na Praça do Pacificador, no centro do município. A iniciativa começou de forma espontânea em 1973 com praticantes de capoeira de Duque de Caxias.
Itamar da Silva Barbosa, conhecido como Mestre Peixe, está na capoeira desde de 1971 e foi um dos idealizadores do movimento. Ele conta que muitos outros capoeiristas, que hoje são mestres, colaboraram para a criação da Roda. Segundo Mestre Peixe, a Roda Livre resistiu principalmente ao preconceito e hoje é uma marca para a capoeira do Rio de Janeiro.
“Vejo a Roda Livre de Caxias com muito orgulho. Atualmente, outras gerações estão colaborando na permanência da roda, é o caso do Contra-Mestre Graffit, Treinel Sereno e outros grupos que estão somando. A Roda hoje é conhecida internacionalmente. É uma das mais antigas em existência no país”, destaca.
Para comemorar os 45 anos do movimento, o Grupo Unificar de Capoeira realiza de quinta-feira (30) até domingo (2) um evento com oficinas, debates e exposição com a presença dos mestres que ajudaram a construir a história da Roda Livre de Caxias.
O investimento para todos os dias incluindo alimentação, oficinas e alojamento é de R$300. A diária é de R$100. Toda a programação e detalhes da inscrição estão disponíveis no evento Roda Livre de Caxias 45 anos no Facebook.
Edição: Mariana Pitasse