O ex-ministro da Saúde do primeiro governo de Dilma Rousseff, Alexandre Padilha do Partido dos Trabalhadores (PT), tinha sido convidado na quinta-feira (23), para participar do Roda Viva, da TV Cultura. O programa da emissora pública, transmitido ao vivo nesta segunda-feira (27), convidou representantes dos partidos que concorrem à Presidência para debater o tema saúde na série "Desafios - Eleições 2018".
No entanto, a participação de Padilha foi cancelada no último momento. O canal enviou ao ex-ministro, por volta das 19h, email justificando o cancelamento da participação do petista pelo fato de ele ser candidato a deputado federal.
“Eles chegaram a me dizer, nas primeiras tratativas, que não teria problema nenhum eu como candidato a deputado federal participar; fui convidado por ter sido ministro da Saúde e secretário [da saúde] do Haddad”, contou à Rádio Brasil de Fato o ex-ministro da Saúde.
“Foi mais um episódio de perseguição e prejuízo à candidatura do presidente Lula”, concluiu Padilha.
Ele conta que tentaram convocar outros nomes do partido, mas sem sucesso devido ao escasso tempo que houve para fazer a mudança: “Até buscamos algum tipo de substituição, porque temos companheiros e companheiras valiosas que poderiam participar, como o Arthur Chioro, que foi meu sucessor no Ministério da Saúde, mas não estavam disponíveis”.
Padilha considera o cancelamento da sua participação, como mais uma ação de boicote da mídia à campanha de Lula. "Fiz questão de ir aos estúdios da TV Cultura, para cobrar explicações. Os advogados da campanha também foram lá, e afirmaram que vão notificar o canal exigindo o mesmo espaço que foi dado às demais candidaturas, para a candidatura do presidente Lula”.
“Infelizmente", disse o ex-ministro, "não tivemos a participação da candidatura do presidente Lula num debate que é extremamente importante".
Padilha compartilhou questões, como a revogação da Emenda Constitucional 95, que direcionaria aos representantes das candidaturas presentes. "A gente queria fazer algumas perguntas muito claras para as candidaturas do Geraldo Alckmin e do Álvaro Dias. Queríamos ver se eles iam diante das câmeras se comprometer a revogar o congelamento por 20 anos dos investimentos da saúde e da assistência social, como já fizeram Lula e Haddad”.
Confira a íntegra da entrevista com Alexandre Padilha no áudio acima
Edição: Mauro Ramos