Na campanha mais curta da história das eleições no Brasil, os candidatos não perderam tempo antes de ir às ruas para conquistar votos. Embora o candidato mais bem colocado nas pesquisas de intenção de voto desde 2016, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, esteja preso em Curitiba desde o dia 7 de abril, a campanha petista esteve nas ruas de cidades da região Nordeste durante esse fim de semana.
O candidato a vice-presidente pelo PT, Fernando Haddad, esteve na cidade maranhense de Viana, no sábado (25), onde realizou um ato na companhia do governador e candidato à reeleição pelo PCdoB, Flávio Dino. O porta-voz do ex-presidente Lula denunciou a estratégia da grande mídia de silenciar a campanha petista. “Gostaríamos que estivéssemos em um ambiente democrático e que todas as emissoras cobrissem a campanha de Lula, que é a única que está nas ruas”, disse o ex-ministro da Educação.
O presidenciável do PSOL, Guilherme Boulos, fez campanha no Rio de Janeiro, também no sábado, onde visitou uma feira no Complexo da Maré e o mercado de Madureira, na zona norte. Na manhã do domingo (26), Boulos visitou o bairro de Taboão da Serra, em São Paulo, onde realizou um ato no sindicato dos metalúrgicos. Pela tarde, ele esteve na região do Grajaú, na zona sul da cidade.
Ciro Gomes, candidato do PDT, passou o fim de semana em campanha por São Paulo. No sábado, ele participou de uma atividade organizada pela Juventude do PDT. No domingo, ele visitou a tradicional feira de Itaquera, na zona leste da capital paulista. Em entrevista à imprensa, Ciro voltou a atacar o governo de Michel Temer e os candidatos que o apoia. “É só perguntar com quem está a turma do Temer. Vai todo mundo ver que a turma do Temer está entre o Meirelles e o Alckmin. Se você é a favor das ideias do Temer, das propostas do Temer, você vota na turma do Temer”.
Também no domingo, o candidato do PSDB, Geraldo Alckmin, visitou a comunidade de Paraisópolis, em São Paulo, uma das mais populosas da capital paulista. Justificando a baixa pontuação nas pesquisas de intenção de voto, o tucano afirmou que a campanha eleitoral começa a partir dessa semana, quando passarem a ser veiculadas as propagandas eleitorais no rádio e televisão. Alckmin conta com isso, já que é dono da maior fatia do tempo de TV (5 minutos e 32 segundos), chegando a quase a metade do total (12 minutos e 30 segundos).
A candidata da Rede, Marina Silva, também esteve em São Paulo neste domingo, onde visitou a comunidade do Capão Redondo, na zona sul da capital. Em conversa com moradoras da região, a presidenciável defendeu uma maior valorização do salário-mínimo. “Numa situação de crise como a que estamos vivendo, assumimos o compromisso de manter o poder aquisitivo do salário-mínimo”.
No sábado, o candidato de extrema-direita Jair Bolsonaro visitou a Festa do Peão de Barretos, no interior de São Paulo. Durante a visita, ele fez críticas à atuação do Ministério Público do Trabalho. “Um país que tem um Ministério Público do Trabalho (MPT) atrapalhando não tem como ir para frente”, disse o presidenciável.
O comentário rendeu uma nota do MPT à imprensa na qual diz que "o candidato demonstra descaso com uma das mais importantes conquistas do processo de redemocratização do país”. A nota diz ainda: “O Ministério Público do Trabalho e seus mais de 700 membros em todo o Brasil, ao tempo em que repudiam a manifestação de desprezo institucional e preconceito contra os direitos sociais dos trabalhadores, expressada pelo candidato Jair Bolsonaro, exorta os candidatos à presidência da República ao debate elevado sobre medidas de promoção do pleno emprego e do trabalho decente, com vistas à construção de uma sociedade livre, justa e solidária”.
Edição: Diego Sartorato