Os bancários receberam na tarde deste sábado (25) proposta de reajuste de 5% e renovação, por dois anos, de todas as cláusulas da Convenção Coletiva de Trabalho, válida para todo o Brasil. A proposta será levada a assembleias pelos sindicatos da categoria na próxima quarta-feira (29).
O percentual incide em todas as verbas, como gratificações, vales alimentação e refeição, auxílio-creche, participação nos lucros ou resultados, e inclui aumento real de 1,18%, considerada uma inflação anual estimada em 3,78%.
A proposta salarial da Fenaban, apresentada na décima reunião com o Comando Nacional dos Bancários, abrange todos os bancários de instituições privadas e públicas.
A garantia de manutenção de todos os direitos previstos no acordo nacional representa uma superação da "reforma" trabalhista trazida pelo governo de Michel Temer.
A "reforma" permite às empresas, por exemplo, excluir dos acordos os empregados classificados como "hipersuficientes" por receber salários superiores a R$ 11.291,60 (duas vezes o teto do INSS). A proposta negociada neste sábado é estendida a todas as faixas salariais.
A intenção dos bancos de tornar proporcional o pagamento da PLR para bancárias em licença-maternidade e afastados por doença ou acidente também foi superada e todos receberão integralmente.
A convenção coletiva, caso a proposta seja aprovada, valerá até 31 de agosto de 2020. Em 1º setembro do ano que vem, prevê reposição da inflação (INPC) e 1% de aumento real.
As coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários, Juvandia Moreira (presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores no Ramo Financeiro, Contraf-CUT) e Ivone Silva (presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região) avaliam no vídeo abaixo o processo de negociação:
Bancos públicos
Depois da formalização da proposta geral da Fenaban, se estenderam pela madrugada deste domingo (26) as negociações entre as direções do Banco do Brasil e a Comissão de Empresa dos Funcionários, e da Caixa Federal e a Comissão Executiva dos Empregados. Na quarta-feira, haverá também assembleias dos bancários do BB e da Caixa para discussão das propostas específicas. Leia sobre as reuniões com o BB e a Caixa na página da Contraf-CUT.
A presidenta da entidade, Juvandia Moreira, observou a seriedade com que o comando conduziu as negociações, as primeiras depois da aprovação da "reforma" trabalhista e em meio a um cenário de crise provocado pelo governo de Michel Temer.
"Em tempos de golpe e retirada de direitos, que buscam o enfraquecimento da classe trabalhadora, os bancários conseguiram garantir, na mesa de negociação, aumento real maior e todos os direitos da CCT, para toda categoria", avalia Juvandia. Segundo ela, a unidade nacional, entre trabalhadores de bancos públicos e privados, sai fortalecida. "Uma campanha num ano difícil que juntos conseguimos transformar em oportunidade."
Edição: Tayguara Ribeiro