A Marcha Lula Livre, organizada por movimentos populares que integram a seção brasileira da Via Campesina, homenageia a partir desta sexta-feira (10) personagens e processos históricos das lutas do povo brasileiro: Tereza de Benguela, as Ligas Camponesas e Luís Carlos Prestes.
A manifestação, que ocorrerá entre os dias 10 e 15 de agosto, parte organizada nas colunas Tereza de Benguela, Ligas Camponesas e Luís Carlos Prestes, dos municípios de Formosa, Engenho das Lajes e Luiziânia, em Goiás, rumo a Brasília, onde se encontrarão no próximo dia 15. No último dia, quando deve ocorrer o registro de candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência, um ato político está previsto.
Além da defesa do direito de Lula ser candidato, a marcha tem como objetivo denunciar o contexto político brasileiro, marcado, segundo os organizadores, por retrocessos sociais e ataques à soberania nacional. É o que explica Marina dos Santos, integrante da direção nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).
“É uma marcha em defesa dos direitos da classe trabalhadora, do campo e da cidade. Hoje nosso pessoal está chegando, com ônibus do Brasil inteiro. Teremos a participação de 24 estados. Amanhã, sairemos as três colunas em marcha, com duas fileiras cada. Todos os movimentos que fazem parte da Via Campesina Brasil farão parte e estarão conosco”, disse.
Marcas da resistência
Tereza de Benguela foi uma liderança da resistência quilombola durante o século 18. O dia 25 de Julho é legalmente dedicado a ela e às mulheres negras. A coluna, em sua homenagem, será composta majoritariamente por militantes das regiões Centro-Oeste e Norte do Brasil.
As Ligas Camponesas foram um importante movimento pela reforma agrária, com atuação a partir de 1945 até o golpe militar de 1964. Militantes nordestinos marcharão em sua memória.
Já Luís Carlos Prestes, o Cavaleiro da Esperança, foi um líder tenentista e, mais tarde, quadro comunista. Ele será celebrado por marchantes do Sul e Sudeste.
Alexandre Conceição, também do MST, explica que a Marcha é uma iniciativa dos trabalhadores em um “grave contexto” que se soma a outras frentes de luta, como o Dia Do Basta, a Greve de Fome e festivais culturais pedindo a liberdade de Lula.
“A crise política no Brasil nos trouxe até aqui. Marchar novamente é preciso para manter a esperança. Nós estamos em mobilização permanentemente para que se liberte o presidente Lula e, ao mesmo tempo, o povo tenha direito a seu voto e de escolher livremente o seu candidato. Aquilo que eles prometeram com o golpe, a Ponte para o Futuro, a população já entendeu que foi a ponte para a miséria, para a volta da fome e do desemprego”, afirma.
Durante a Marcha, cada integrante caminhará em média 12 quilômetros por dia.
Edição: Cecília Figueiredo