Contra a Fome

Lula destaca importância da caravana que denuncia a volta da fome ao país

Ex-presidente escreveu uma carta sobre a caravana do semiárido contra a fome que está percorrendo 4,3 km do país

Brasil de Fato | Curitiba |

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Lula participou de uma carava pelo Nordeste e viu de perto a situação do povo brasileiro
Lula participou de uma carava pelo Nordeste e viu de perto a situação do povo brasileiro - Ricardo Stuckert/Instituto Lula

Nesta quinta-feira (02), a Caravana do Semiárido Contra a Fome esteve em Curitiba, onde o ex-presidente Lula, está na condição de preso político desde o dia 7 de abril. Lula foi condenado sem provas com o objetivo de tirá-lo do processo eleitoral, como afirmam os movimentos populares que organizam a Vigília Lula Livre.

Regina Cruz, presidenta da CUT do Paraná e da coordenação da Vigília Lula Livre, avalia como importante a passagem da Caravana do Semiárido contra a Fome.

A senadora e presidenta do PT, Gleisi Hoffmann, seguiu junto com a Caravana para plantar uma árvore em um terreno próximo à Vigília Lula Livre. 

Gleisi também leu uma carta do presidente Lula para a Caravana Semiárido contra a Fome, onde o petista destaca: “Fingem que a miséria não está voltando, a luta por um Brasil sem fome é do Lula e de todos nós". 

Confira a íntegra da carta:

Queridas companheiras, queridos companheiros de luta,

Não tem nada mais importante do que essa caravana que estão fazendo, cruzando esse país, denunciando o crescimento e a volta do Brasil ao mapa da fome.

Mas aqueles que não sabem o que é ter fome, que não se importam com esse flagelo, aqueles que se alimentam da miséria do povo brasileiro, fingem que a miséria não está voltando nesse Brasil que está sendo destruído, e por isso tentam ignorar a voz de vocês, o movimento de vocês.

Tentam também calar minha voz, porque acham que sem a minha presença física ou fala é mais fácil continuar a destruir, impunemente, tudo o que nós construímos. Mas a luta por um Brasil sem fome é do Lula. É de todos nós, juntos e misturados, voz, braços e pernas, conversando, construindo e andando, para construir um país mais justo e solidário.

Por isso, só posso agradecer a solidariedade de vocês terem vindo até Curitiba, vindos desde a Caetés onde nasci e indo para Brasília, onde se decide os nossos destinos.

Na verdade, companheiras e companheiros, o que eu queria mesmo é que esta caravana não fosse necessária. Era que a esta altura do século 21, a gente estivesse calculando não quantas crianças vão morrer de fome, quantas famílias do semiárido vão padecer por conta da seca.

O que eu queria mesmo é que em vez de calcular os mortos, a gente estivesse agora calculando quantos jovens nós vamos conseguir formar na universidade; quantas toneladas de comida de qualidade a agricultura familiar vai colocar na mesa dos brasileiros; quantos empregos com carteira assinada a gente vai gerar em 2019; quantos bilhões de reais do Pré-Sal o Brasil vai investir em educação e saúde, em ciência e tecnologia.

A gente devia era estar agora numa caravana rumo ao futuro. Mas o golpe cometido por Temer e seus aliados tucanos, com apoio da grande mídia e de parte do Ministério Público e do Poder Judiciário, encarcerou o Brasil numa máquina do tempo e nos fez recuar duas décadas em apenas dois anos. Trouxe de volta o desemprego, a fome e a mortalidade infantil. Está privatizando nossas empresas e entregando nossas riquezas e preço de banana.

É nossa missão pisar no freio, inverter a direção dessa máquina e levar o Brasil de volta para o futuro. Boa jornada, companheiros e companheiras. E que a nossa próxima caravana da vitória do povo brasileiro contra a fome e contra todas as formas de opressão.

Forte abraço,

Luiz Inácio Lula da Silva 

 

 

Edição: Cecília Figueiredo