A França venceu a Croácia por 4 a 2 no estádio Luzhniki, em Moscou, e conquistou o segundo título mundial de sua história.
A exemplo do que aconteceu há 20 anos, a ótima campanha e o placar elástico da final premiaram uma seleção baseada na diversidade. Onze dos 32 convocados são filhos de imigrantes, a maioria com raízes na África Subsaariana. O bicampeonato serve, mais uma vez, como resposta à xenofobia e a todos que insistem em ignorar a herança do colonialismo europeu no continente africano.
Mandzukic (contra), Griezmann, Pogba e Mbappé marcaram os gols do triunfo francês neste domingo.
Primeiro tempo
A Croácia dominou a posse de bola desde o primeiro minuto. A primeira chance francesa veio só aos 18. Após falta duvidosa, Griezmann levantou a bola na área e o centroavante Mandzukic desviou de cabeça, contra o próprio gol: 1 a 0.
A resposta foi imediata. A equipe croata se lançou ao ataque, construiu jogadas de perigo pelos lados do campo e chegou ao empate aos 28. Perisic aproveitou rebote da defesa e chutou cruzado, com força, sem chances para Lloris.
Com o mesmo futebol pragmático e objetivo das semifinais, a França voltou a ficar à frente no placar. O autor do gol croata, Perisic, colocou a mão na bola dentro da área aos 37 minutos, após cobrança de escanteio. Griezmann deslocou o goleiro com tranquilidade e marcou o segundo gol francês.
Segundo tempo
Após o intervalo, o domínio croata se manteve, mas a França encontrava cada vez mais espaços no contra-atacar.
Aos 13, Pogba acertou lançamento primoroso para Mbappé, que invadiu a área em velocidade. A bola sobrou para Griezmann, que rolou, de costas para o gol, novamente para Pogba. O volante francês chutou, primeiro de perna direita, depois de esquerda, para ampliar o placar.
Seis minutos depois, foi a vez de Mbappé balançar as redes, com um chute preciso, da intermediária, no contrapé do goleiro: 4 a 1.
Nem a falha monumental do goleiro Lloris, que deu origem ao gol de honra de Mandzukic, aos 24, tirou o brilho da vitória francesa.
Pogba tem raízes na Guiné. Mbappé é filho de mãe camaronesa e pai argelino. A ancestralidade africana fez a diferença mais uma vez, tal qual em 1998. Uma oportunidade a mais para se repensar a exclusão social a que são submetidos os imigrantes e refugiados nos subúrbios da França.
Com a vitória, o técnico francês Didier Deschamps se tornou o terceiro ex-atleta a conquistar uma Copa do Mundo de futebol masculino como jogador e treinador. Antes dele, só o brasileiro Zagallo e o alemão Franz Beckenbauer.
Edição: Tayguara Ribeiro