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PETRÓLEO

População vai pagar pela MP do Trilhão que isenta empresas estrangeiras no petróleo

Transformada em lei, medida mais uma vez coloca em risco soberania da Petrobras e futuro do país

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |

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Petroleiros afirmam que medidas integram pacote para privatizar Petrobras
Petroleiros afirmam que medidas integram pacote para privatizar Petrobras - Marcello Casal jr/Agência Brasil

Conhecida como a “MP do Trilhão”, a Medida Provisória 795/2017, editada pelo presidente Michel Temer e transformada pelo Congresso Nacional na Lei 13.586/17, vai isentar empresas estrangeiras no setor de petróleo de pagar impostos na importação de produtos como plataformas, máquinas e equipamentos.

O prejuízo aos cofres públicos pode chegar a R$ 1 trilhão nos próximos 20 anos. E quem vai pagar a conta da renúncia fiscal é a população. Pesquisadora do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (INEEP), Caroline Scotti Vilain avalia que o governo faz um movimento contraditório, já que pretende sanar problemas financeiros de caixa, mas concede benefícios a multinacionais.

“Fazer renúncia fiscal em ano de problema financeiro é muito problemático. O país está em crise e o governo vai ter que arrecadar de outros lugares que podem cair sobre a população. E atrair empresas estrangeiras através de renúncia fiscal é inverter o problema que existe de falta de arrecadação”, aponta a pesquisadora, também mestre em Relações Internacionais pela UnB.

Para o coordenador geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Simão Zanardi Filho, a MP do Trilhão é apenas uma das ações do governo para privatizar a Petrobras. Segundo Simão, os desdobramentos são o pagamento pelo patrocínio do golpe de Estado com a ajuda de setores estrangeiros.

“Primeiro, José Serra, do  PSDB, acabou com a Petrobras como operadora única do pré-sal para dar lugar às multinacionais. Agora, o governo golpista editou a MP do Trilhão. Na sequência, o governo Temer acabou com o Fundo Soberano, que poderia socorrer o país em caso de crise e amparar a população, com inclusão social”, critica o representante dos petroleiros.

Em audiência recente no Senado, na Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo (CDR), o senador Paulo Rocha (PT-PA) alertou para a necessidade de mobilização. “É um crime de lesa-pátria, com nossa principal, riqueza que descobrimos nos últimos anos, graças a quê? À nossa inteligência, não só do governo anterior, mas também das inteligências que nós produzimos lá na Petrobras, dos nossos pesquisadores e técnicos”.

Edição: Jaqueline Deister