Rio de Janeiro

MARIELLE

No Rio, centenas de pessoas vão às ruas pedir respostas sobre assassinato de Marielle

A data marca os 120 dias da execução da vereadora do Psol e do motorista Anderson Gomes

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |

Ouça o áudio:

À frente do ato estavam as mães de vítimas de violência de Estado, como Bruna Silva (Mãe de Marcos Vinícius) e a mãe de Marielle, Marinete
À frente do ato estavam as mães de vítimas de violência de Estado, como Bruna Silva (Mãe de Marcos Vinícius) e a mãe de Marielle, Marinete - Flora Castro/Brasil de Fato

Centenas de pessoas foram às ruas do centro do Rio, nesta quinta-feira (12) protestar contra a total falta de respostas 120 dias depois do assassinato da vereadora Marielle Franco (Psol). A manifestação “Quantos mais tem que morrer para essa guerra acabar?” foi organizada pelas ex-assessoras da vereadora e diversos movimentos sociais.

O ato também pediu o fim da violência das operações policiais e da intervenção militar e teve participação da família de Marielle e de familiares de vítimas da violência de Estado. A mãe de Marielle, Marinete da Silva, reforçou a urgência de uma resposta sobre o crime.

“Isso não foi pensado naquele momento, foi planejado muito antes. Teve um mentor, teve alguém que planejou tudo aquilo. Então é inadmissível. Não só pela Marielle ser uma parlamentar, mas pelo fato de ter sido um ser humano executado. Isso não é normal em nenhum lugar do mundo. Nem ela, nem o Anderson, eles estavam ali, inocentes. Por isso a gente tem que cobrar justiça para os dois, com certeza”, afirmou.

Uma das assessoras de Marielle, Mônica Francisco, lembrou que a intervenção militar do governo Temer no Rio de Janeiro não foi capaz de solucionar o crime e nem garante segurança pública à população do Rio de Janeiro.

“Esses quatro meses foram de aumento do número de mortes, e de quem sempre vem morrendo, ou seja, jovens negros da periferia. Observamos também uma sensação de insegurança muito relacionada à narrativa do medo produzida pela mídia hegemônica. Então esse é o cenário desses quatro meses da ausência de respostas sobre a execução de Marielle e de intervenção federal", denunciou.

A concentração começou por volta das 16h na Igreja da Candelária. De lá, os manifestantes caminharam pela Av Rio Branco até a Praça da Cinelândia, no centro do Rio.

Edição: Raquel Junia