Rio de Janeiro

PROTESTO

No Rio, votação da reforma da previdência municipal é marcada por violência policial

O projeto de autoria do prefeito Crivella taxa em 11% os vencimentos de aposentados e pensionistas do município

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |

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Policiais militares usaram bombas e chegaram a apontar armas de fogo para as pessoas reivindicavam o direito de assistir às sessões da Casa.
Policiais militares usaram bombas e chegaram a apontar armas de fogo para as pessoas reivindicavam o direito de assistir às sessões da Casa. - Eduardo Miranda

Servidores, aposentados e pensionistas do município do Rio, além de sindicatos e movimentos populares, protestam nesta terça-feira (26) no entorno da Câmara de Vereadores, na Cinelândia. Eles foram impedidos de entrar na sessão que votará uma taxa de 11% sobre os vencimentos de aposentados e pensionistas da Prefeitura. O projeto de lei complementar (PLC) é de autoria do prefeito Marcelo Crivella.

Na entrada lateral da Câmara, policiais militares usaram bombas e chegaram a apontar armas de fogo para as pessoas que protestavam e reivindicavam o direito garantido por lei de assistir às sessões da Casa Legislativa. Presente no ato, o deputado estadual Eliomar Coelho (Psol) disse que a ação da polícia no bloqueio da entrada é uma estratégia para aprovar em segundo turno o PLC.

"Com esse esquema de segurança que impede os interessados de entrarem, é claro que e há a grande a chance de conseguirem aprovar essa lei. Se o trabalhador não tentar virar o jogo nas ruas, vai piorar", afirmou o parlamentar.

"Não tiveram competência para administrar as contas públicas e agora querem castigar aqueles que serviram e trabalharam pela Prefeitura por muitos anos", queixou-se a professora aposentada Sueli Guedes Dias.

Parlamentares de esquerda, que estiveram do lado de fora para impedir a truculência da polícia, tentaram também, em plenário, impedir que a votação seguisse adiante. O vereador Reimont, do PT, apresentou, como alternativa, um projeto de lei para acabar com a isenção de impostos para empresários de  ônibus. O projeto de lei, que segue agora para sanção do prefeito do Rio, estabelece a cobrança de alíquota previdenciária de 11% sobre aposentados e pensionistas que ganham acima de R$5.645, que é o teto do INSS. A Prefeitura espera arrecadar, com a nova regra, R$83 milhões ao ano.

*Atualizada 26/06/2018 às 21h28

Edição: Jaqueline Deister