Podcast

Como se prevenir da sífilis e do HPV?

Juliana Salles, médica e infectologista, responde a questão no "Fala Aí" desta semana

Ouça o áudio:

O uso de preservativo é muito importante para a prevenção de DSTs
O uso de preservativo é muito importante para a prevenção de DSTs - Adão de Souza/Fotos Públicas
Juliana Salles, médica e infectologista, responde a questão no "Fala Aí" desta semana

As Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) ainda são tabu para muitos brasileiros. Várias doenças já tem vacinas para prevenção ou remédios para o tratamento disponíveis pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A sífilis, por exemplo, é causada pela bactéria Treponema pallidum. Pode ser transmitida por relação sexual sem camisinha com uma pessoa infectada ou para a criança durante a gestação ou parto. O tratamento é pela aplicação da penicilina benzatina na Unidade Básica de Saúde.

Já o HPV é um exemplo de infecção sexualmente transmissível provocada por vírus. De acordo com o Ministério da Saúde, existem 12 subtipos de HPV que estão associados ao câncer do colo do útero, de pênis, de orofaringe e câncer reto-anal. Meninas entre 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos são a população-alvo prioritária da campanha da vacina contra a HPV.

A ouvinte Viviane Aragão, cuidadora de idosos que mora em São Paulo, perguntou: "por que a vacina contra sífilis não é liberada para adultos, só pra crianças entre 9 e 13 anos?".

A reportagem do Brasil de Fato convidou Juliana Salles, médica e infectologista, para responder:

"Oi Viviane, eu sou Juliana Salles, sou médica e infectologista. É o seguinte: a sífilis não tem vacina. A sífilis é uma Doença Sexualmente Transmitida. Dentro das DSTs que tem vacina nessa faixa etária que você falou, dos 9 aos 13 anos, está o HPV. Essa vacina é liberada para essa faixa etária justamente para ser antes das crianças se exporem a esse vírus que é o vírus que causa o câncer de colo do útero nas mulheres. Então, antes dela se expor a esse vírus é vacinada e isso evita que na vida adulta ela venha a desenvolver o câncer no colo do útero que é altamente incidente nas mulheres aqui no nosso país.

Com relação à sífilis, nós infelizmente não temos vacina, porque a sífilis não é um vírus. Para a sífilis é importante, além do uso de preservativo, notar qualquer tipo de feridinha e fazer periodicamente o exame de sangue para poder se tratar. As grávidas também fazem esse exame de sangue no pré-natal. O maior risco da sífilis é passar para o bebê. Nos últimos anos existe uma epidemia congênita, que é justamente a sífilis nos bebês, que causa uma doença mais insidiosa e muito ruim pra eles".


 

Edição: Mauro Ramos