Na esquina das ruas Conde de Bonfim com Alzira Brandão, na Tijuca, na zona norte do Rio de Janeiro, milhares de torcedores se reúnem, a cada quatro anos, para acompanhar a Copa do Mundo. A festa, conhecida como Alzirão, acontece há 40 anos e é considerada uma das maiores de todo o país, quando o assunto é a Copa. No último mundial, que foi sediado no Rio, cerca de 300 mil pessoas passaram pelo local para acompanhar aos jogos e a programação de shows.
O Alzirão começou com uma simples televisão na calçada e uma dúzia de amigos reunidos para torcer pela seleção, em 1978, mas se consagrou como principal ponto dos torcedores cariocas a partir da conquista do tetracampeonato em 1994. Das primeiras reuniões até hoje, já são 11 copas e dois títulos mundiais comemorados pelos torcedores no local.
Além das tradicionais bandeirinhas verde e amarelo e as pinturas no asfalto, nos dias dos jogos, neste ano o local também estampa uma enorme bandeira com o nome da festa. Segundo a organização, mais de 5 mil pessoas são esperadas para ocupar a rua e outras 40 mil no entorno.
A instrumentadora cirúrgica Ana Marques, de 33 anos, frequenta o local desde os 17 anos. Neste ano, após acompanhar o primeiro jogo do Brasil, no entanto, sentiu os torcedores desanimados e o local mais vazio do que estava acostumada a ver.
“Frequento desde os 17 anos, já vi muitas copas lá no Alzirão, mas esse ano está diferente. O ambiente antes era mais família, agora está mais bagunça. Não vou voltar para assistir o jogo de sexta-feira lá, não me deu vontade de voltar. Vou deixar passar dessa vez”, afirma.
Neste ano, a festa quase foi cancelada por falta de patrocínio. O dinheiro para o evento veio de última hora, cinco dias antes da estreia do Brasil na Copa. De acordo com a organização do Alzirão, o patrocínio só saiu após uma reunião com representantes do Governo do Estado, Prefeitura do Rio e uma empresa privada, que garantiu cerca de R$ 500 mil para a festa.
A influenciadora digital Janete Machado, de 24 anos, está acompanhando a Copa do Mundo no Alzirão pela primeira vez e garante que vale a pena.
“É uma forma de confraternizar, juntar todo mundo num lugar só. Além disso você sente a vibração do jogo. Você não está sozinho em casa. Acho legal por isso. Independente do resultado do jogo, depois rolam os shows, então é legal ficar para a festa, de qualquer forma”, explica.
Serviço:
A próxima festa acontece nesta sexta-feira (22), a partir das 9h, com shows da Turma do Pagode e Rodriguinho, após o jogo do Brasil e Costa Rica. Na quarta-feira (27), a programação também está de pé. Os shows para esta data ainda serão anunciados.
Edição: Jaqueline Deister