O diretor do Clézio Ferreira de Sousa diretor do Sindicato dos Condutores e Empregados em Empresas de Transporte de Combustíveis, Produtos Perigosos e Derivados de Petróleo no Estado da Paraíba - Sindconpetro/PB. Ele falou com o Brasil de Fato Paraíba sobre as mobilizações dos caminhoneiros na Paraíba e no Brasil que se entendem desde o dia 22 de maio sem previsão ainda de encerramento. Os caminhoneiros reivindicam a redução do preço do diesel. As negociações com o governo Temer já iniciaram, mas a proposta do governo não foi aceita pela categoria grevista.
Na Paraíba ocorreram mais de nove pontos de bloqueios parciais de estradas, espalhados por todo o estado e contou ainda com adesão de motoristas de Uber, motoboys, frentistas de postos de combustívei entre outras categorias de motoristas.
Com a greve os postos de combustível foi o primeiro setor a sentir o desabastecimento. A falta de combustível afetou o transporte público em João Pessoa, que hoje, 23, circulou com frota 25% menor, para quinta-feira (24) já foi anunciado que só circulará 50% do efetivo de ônibus. Acompanhe trechos da entrevista do sindicalista.
Brasil de Fato Paraíba: Quais são as principais reivindicações do movimento?
Clézio Ferreira de Souza: Nossa reivindicação agora, no momento, é a redução dos preços dos combustíveis, contra o aumente desenfreado dos combustíveis, que já está ‘depravadamente’ aumentando diariamente. Entendeu? Reivindicamos a redução do preço do óleo diesel, diminuir o preço da gasolina, que a gente está em busca desse propósito. E o governo até agora não deu parecer, o que ele está oferecendo é muito pouco em comparação ao que já aumentou do começo do ano pra cá. Se a gente não tivesse feito esse protesto a gasolina, daqui para o São João, a gasolina ia está aí a 5 reais. Mas a gente está lutando aí e a nossa reivindicação principal no momento: é contra o aumento dos combustíveis. É dá uma parada nesses reajustes desenfreados e diminuição no valor do preço do combustível.
Por que você está participando dessa mobilização?
A gente está participando desse movimento de hoje, porque na realidade a gente acha que nossa categoria ela tem muita força, a gente pode mudar qualquer situação nesse Brasil que a gente vive, porém a gente precisa que a categoria seja unida, mas é nesse sentido que a gente acredita, que eu acredito, que a gente pode fazer valer a nossa força com essas mobilizações, parando, se movimentando, se mobilizando em prol de um bem maior que é a sociedade. Porém, a gente quer também que a sociedade entenda e nos apoie. É por isso que eu estou participando desse movimento, porque eu acredito na mudança, eu acredito na força da categoria e acredito que na realidade esse Brasil ainda tem jeito. Apesar dos pesares. Apesar dos momentos que a gente vive. Que a gente vem vivenciando ai, politicamente falando. Eu acho que a categoria ela pode fazer alguma coisa por esse Brasil.
Quais foram os pontos interrompidos na Paraíba?
Os pontos mais afetados por essa paralisação, a gente já tem conhecimento que Campina Grande já tem paralisação, em Patos, em Sousa, Cajazeiras, as principais cidades do Sertão já estão aderindo a essa movimentação. Santa Rita já está paralisada. João Pessoa, Cabedelo e essas cidades adjacentes já estão aderindo ao movimento. Então, a Paraíba como um todo ela já entende que essa paralisação é necessária até haver uma resposta por parte das autoridades. Mas a gente está aguardando. Outras transportadoras também aderem ao movimento como transporte de frutas e verduras. A gente tem certeza que mais um dia a gente entra em colapso na Paraíba.
Qual a previsão para os próximos dias? Qual a agenda de mobilização?
A nossa agenda aqui, na realidade a gente está dependendo dos resultados da mobilização. Então, quando a federação dos sindicatos dos transportadores cogitou sobre a mobilização, foi informado que a mobilização, o protesto, seria por tempo indeterminado. Então, a gente não sabe, não tem previsão de voltar à normalidade dos eventos, porque a gente está dependendo de uma posição, como eu já lhe falei, por parte dos governos. Então, a gente não tem uma data prevista. A gente depende das autoridades. Enquanto eles não entenderem o que está acontecendo e derem uma posição para gente, vai ficar assim.
Edição: Paula Adissi