Antes de mais nada, é preciso dizer que o grupo chamado por Tite é bom, tem qualidade e possui todas as condições de conquistar a sexta Copa do Mundo para a Seleção Brasileira. Além disso, como todo treinador, ele também tem as suas convicções e seus jogadores de confiança. É assim que a banda toca. Mesmo assim, não há como não ficar com o pé atrás com algumas das suas escolhas para a disputa do Mundial da Rússia, principalmente quando nomes como Rodriguinho (do Corinthians), Luan e Arthur (ambos do Grêmio) estão voando baixo por aqui.
Dissemos que o que acontece na Seleção Brasileira acontece em toda e qualquer equipe do mundo. Cada treinador enxerga a sua equipe de maneira diferente. Uns privilegiam o talento puro e armam seus times de modo que essa qualidade se sobressaia dentro de campo. Com Tite é diferente. O talento tem espaço, mas dentro de um plano de jogo bem estabelecido. Não quero falar de números e esquemas táticos aqui, mas as convicções do comandante do escrete canarinho são mais sólidas do que muito sistema defensivo por aí. Foi assim que ele conseguiu recuperar o ânimo dos jogadores num momento em que até mesmo a presença da Seleção na Copa do Mundo era colocada em xeque.
Muita gente está cornetando. Normal. Afinal, cada brasileiro é um técnico de futebol em potencial. Foi assim em 1958, em 1962, em 1970, em 1994 e em 2002. Por que não seria agora? Lógico que há como se questionar a presença de Fred e Taison (ambos ex-jogadores do Internacional) na lista e comparar as suas atuações no futebol da Ucrânia com as de Luan e Arthur aqui no Brasil e na campanha da Libertadores conquistada pelo Grêmio no ano passado. Mas não há como dizer que Tite foi incoerente. Os dois vinham sendo lembrados nas últimas convocações e agradaram o treinador. Talvez esse tenha sido o problema. Tite pode ter ficado refém da sua própria coerência e não teve outra saída senão chamar Taison e Fred em detrimento de outros nomes. Este que vos escreve chamaria os dois atletas do Tricolor Gaúcho e teria investido mais nos dois nas convocações anteriores. Mas entendo aquilo que Tite pensa para a Seleção Brasileira.
O time-base não deve mudar muito daquele que disputou as Eliminatórias apenas com a entrada de Danilo (do Manchester City) no lugar do lesionado Daniel Alves. Aliás, o desfalque do lateral do Paris Saint-Germain é algo muito sério. Por mais que tenha gente que não goste dele, fica difícil pensar em outro nome com a sua qualidade e experiência. Vai fazer muita falta na Copa do Mundo.
Certo é que, apesar dos questionamentos e das cornetadas, a nossa Seleção é uma das favoritas ao título mundial. E se os deuses do velho e rude esporte bretão quiserem, o hexa há de vir.
Grande abraço e até a próxima!
Edição: Brasil de Fato (RJ)