Longe de mim querer diminuir a bela atuação do Bahia na Arena Fonte Nova. Os comandados de Guto Ferreira jogaram demais e não deram chance a um inofensivo Vasco. A vantagem de três gols de diferença poderia ser ainda maior se não fossem as intervenções providenciais do goleiro Martín Silva. Fato é que o Vasco precisa mudar. Dentro e fora de campo. Se a diretoria briga pelo poder nos bastidores, o time sofre com uma irregularidade absurda dentro de campo. Gosto do trabalho do técnico Zé Ricardo, mas fica difícil entender algumas das suas escolhas. Primeiro a opção de Werley como lateral-direito e depois a saída do garoto Bruno Cosendey ainda no primeiro tempo sem muitas explicações. Não é impossível reverter uma vantagem de três gols na Copa do Brasil. Mas com esse futebol que o Trem Bala da Colina vem jogando… Sei não…
O Botafogo segurou o Audax Italiano no Engenhão, mas sofreu com as falhas da sua defesa e as vaias da sua torcida. Lógico que o que vale é a classificação para a segunda fase da Copa Sul-Americana, mas o time precisa jogar mais se quiser ir longe na competição. Kieza, Léo Valencia e Matheus Fernandes perderam chances incríveis de matar o jogo e garantir logo a classificação. O técnico Alberto Valentim vem tirando leite de pedra, mas o sistema defensivo preocupa demais e ele sabe disso. Se a equipe sofreu com o Audax Italiano, um dos últimos colocados do Campeonato Chileno, que dirá contra equipes mais fortes? É preciso fazer mais. E jogar muito melhor do que o time vem jogando.
É verdade que o Flamengo não sofreu tanto como em outras partidas e não teve atuações bisonhas como a dos dois jogos contra o Santa Fe pela Libertadores. Mas o empate sem gols contra a Ponte Preta no Maracanã frustrou um pouco os mais de cinquenta mil torcedores que foram ao estádio nesta quinta-feira. Maurício Barbieri está conseguindo arrumar o time e encontrou o posicionamento correto de Lucas Paquetá. Só que o Flamengo depende demais do garoto dentro de campo e jogadores como Geuvânio e Henrique Dourado seguem destoando demais. E a defesa deu alguns sustos durante o jogo contra a Macaca. O que importa é a classificação, mas é preciso ter cuidado para não reclamar da sorte mais uma vez.
O Fluminense sofreu horrores com a altitude de Potosí. São mais de quatro mil metros acima do nível do mar. Não há como não sentir os efeitos desse tipo de ambiente, ainda mais na prática do velho e rude esporte bretão. A derrota por dois a zero para o não mais do que aplicado Nacional Potosí (que mais parece uma sucursal boliviana do River Plate) garantiu a classificação para a fase seguinte da Copa Sul-Americana e mostrou como esse time do Flu foi valente diante de tantas adversidades dentro e fora de campo. Mas a discussão sobre jogos na altitude permanece. Será mesmo que o futebol pode ser praticado em ambientes como esse? E por que a FIFA não tenta alternativas como permitir mais do que três substituições e paradas técnicas para descansar quem não está acostumado com a altitude? É algo a se pensar.
Grande abraço e até a próxima!
Edição: Brasil de Fato (RJ)