O presidente russo, Vladimir Putin, tomou posse nesta segunda-feira (07/05) e deu início ao seu quarto mandato presidencial. Ele continuará no comando do país até 2024 e já está no comando do país há 18 anos, como chefe de Estado ou de governo. Putin indicou novamente o nome de Dmitri Medvedev como primeiro-ministro, nomeação que será votada pela Duma (Congresso) em breve.
“Considero como um dever, como o sentido da minha vida, fazer o possível pela Rússia, seu presente e seu futuro”, declarou Putin, depois de prestar juramento com a mão sobre a Constituição, durante a cerimônia no Kremlin. “Estou consciente da minha responsabilidade e farei tudo para aumentar o poder, a prosperidade e a glória da Rússia”, assegurou. “Toda nossa beleza e força está em nossa cultura autêntica e em nossa unidade”, acrescentou.
A cerimônia de posse foi precedida por uma série de manifestações contra Putin, organizadas no sábado (05/05) em todo o país e convocadas pelo opositor Alexei Navalny, que foi detido, assim como 1.500 de seus partidários. Os protestos, proibidos pelas autoridades, foram dispersados pela polícia. Na véspera da posse anterior de Putin, em 2012, houve confrontos com a polícia e vários manifestantes foram julgados e condenados a penas de prisão.
Putin foi eleito com 76% dos votos, seu melhor desempenho nas urnas desde que está no poder. A oposição denuncia diversas fraudes no pleito, como compra de votos e preenchimento de urnas.
A anexação em 2014 da península ucraniana da Crimeia, aplaudida pela maioria dos russos, provocou um aumento da popularidade do chefe de Estado. Durante sua campanha eleitoral, o presidente também destacou a capacidade militar da Rússia, citando seus mísseis nucleares. Mas, depois de sua reeleição, declarou que reduziria os gastos militares em 2018 e 2019 e se recusou a lançar uma "corrida armamentista".
Política intervencionista
O envolvimento russo em conflitos internacionais gerou problemas para o governo. No caso da crise ucraniana, por exemplo, Moscou foi alvo de várias rodadas de sanções impostas pelos ocidentais. A Rússia também diverge das potências ocidentais no conflito sírio, demonstrando seu apoio incondicional ao presidente Bashar al-Assad.
Moscou também é acusada de interferir na eleição de Donald Trump para a presidência dos Estados Unidos, e essa rivalidade entre o Oriente e o Ocidente foi acentuada ainda mais desde que Londres acusou os russos de envenenarem um ex-agente duplo russo na Grã-Bretanha, em março. A Rússia nega participação nos dois casos.
Saída de cena em 2024
Putin permanecerá no cargo até 2024, ano em que celebrará seus 72 anos. Questionado na noite de sua reeleição sobre uma possível candidatura no final de seu próximo mandato, o quarto, Putin respondeu que não esperava continuar no Kremlin até 100 anos. Segundo os observadores, o presidente russo poderia usar os próximos seis anos de mandato para preparar um sucessor. A possibilidade de ele deixar o poder de forma antecipada também não está excluída, acreditam analistas políticos russos.
(*) Com RFI
Edição: Ópera Mundi