João Pedro Stédile, dirigente nacional do MST, botou a mão na massa nesse domingo (6), na III Feira Nacional da Reforma Agrária. O prato? O arroz carreteiro que aprendeu com sua mãe, Rosa Dotti.
A receita veio de seu avô, um carreteiro que fazia o trecho Antônio Prado (RS) – Sorocaba (SP) transportando carnes e mercadorias. Segundo ele, a receita varia muito de pessoa para pessoa e até a do seu avô já é uma releitura.
A comida, de bastante sustância, era a cara daqueles que cruzavam o país. A base da receita reflete essa realidade. A cebola, o charque, o salame e o arroz – e às vezes o queijo – são alimentos que tem uma alta durabilidade e eram transportados e vendidos pelos carreteiros.
Vamos aos segredos do prato:
"Primeiro você tem que usar bacon, bem picado. Deixa na panela e deixa soltar toda gordura", ensina Stédile. As medidas variam bastante de acordo com as preferências do cozinheiro.
Acrescente um pouco de óleo ou banha de porco e um coxão mole cortado como carne para estrogonofe. Refogue a carne e acrescente o salame mole, típico do Rio Grande do Sul, ou uma linguiça, e refogue mais um pouco.
Em seguida, acrescente a cebola – que como Stédile ressaltou, possui propriedades antibióticas – e a pimenta do reino. Deixe no fogo “até perder a acidez”. Depois, quem entra na panela é o arroz, que vai ser frito junto com os demais ingredientes. Quando o arroz começar a ganhar cor, acrescente água fervendo, de preferência dois dedos acima do restante dos alimentos. Espere o arroz amolecer e está pronto! Quem quiser acrescentar manteiga, cheiro verde ou cebolinha também não perde nada. E sirva com queijo ralado.
Edição: Nina Fideles