O subúrbio do Rio de Janeiro é conhecido por ser o berço do samba. Na região nasceram alguns dos nomes que se tornaram referência no gênero musical, como Pixinguinha, Paulo da Portela e Clementina de Jesus. Atualmente novos grupos musicais seguem mantendo a tradição do subúrbio como reduto das melhores rodas de samba da cidade, um exemplo disso é o Movimento Cultural 100% Suburbano.
A iniciativa surgiu em 2011 com a ideia de estimular encontros mais propositivos nos bares que trouxessem debates sobre os temas relacionados a realidade cotidiana dos moradores do subúrbio carioca. As reuniões no bairro de Olaria, na zona norte do Rio, originaram o grupo musical de mesmo nome, que hoje é um dos principais responsáveis pela divulgação do samba-choro na cidade. O diretor do Instituto 100% Suburbano, Luiz Carlos Nunuca, conta que a principal influência do grupo musical é Pixinguinha e que a praça é o palco central do choro.
“A maior audiência do choro sempre foi a praça pública, onde tinham os coretos e as pessoas paravam para apreciar. E no subúrbio, você tinha várias praças com coretos, onde os músicos se reuniam para fazer as rodas de choro. A praça Ramos Figueira, em Olaria, foi escolhida estrategicamente, porque ela fica a 30 metros da casa onde morou Pixinguinha, onde ele morou por 30 anos, que hoje é conhecida como Travessa Pixinguinha”, explica.
O 100% Surburbano possui 12 integrantes que realizam no terceiro domingo do mês, na praça Ramos Figueira, em Olaria, a "Roda de Samba 100% Suburbano – Reduto de Pixinguinha". Neste mês, o grupo que sempre convida figuras expressivas do samba-choro carioca, celebrou o dia 23 de abril, conhecido como o dia nacional do choro com uma roda de samba, que reuniu cerca de 200 pessoas. Nunuca destaca que o público do choro é bem peculiar e que o gênero exige um apreço à música.
“O público do choro é seleto, se compara a um público da música clássica. O choro precisa ser entendido e as pessoas precisam ter vontade de ouvir, porque tem várias nuances e notas. Eu vejo que hoje há uma aceitação mais interessante”, afirma.
As informações sobre o trabalho realizado pelo grupo e os próximos eventos podem ser conferidas na página do Facebook Movimento Cultural 100% Suburbano.
Edição: Mariana Pitasse