Lideranças e dirigentes do Partido dos Trabalhadores (PT) apresentaram, na tarde desta terça-feira (24), em Curitiba (PR), a comissão responsável e a metodologia para o plano de governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que, segundo o partido, permanece como candidato às eleições presidenciais deste ano.
O grupo que compõe a coordenação do programa é composto pelo ex-ministro e ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT); o economista e presidente da Fundação Perseu Abramo, Márcio Pochmann; e o membro da direção nacional do PT Renato Simões.
De acordo com a presidenta nacional do partido, Gleisi Hoffman, o trabalho da coordenação será acompanhado por conselheiros do PT que começam a atuar esta semana. Ela destacou também que o projeto vem sendo construído por meio de colaborações coletivas de especialistas, movimentos populares e outros atores.
“Procuramos, inclusive, contemplar as regiões brasileiras, ter a presença de mulheres, um recorte de raça também, pra que a gente pudesse ter um olhar diversificado. A grandeza do Brasil exige essa diversificação”, completou.
Segundo Pochmann, o eixo central do programa traz a preocupação com o combate à miséria e ao desemprego.
Ele destacou que a pobreza é hoje a realidade de 60 milhões de pessoas, que têm renda familiar menor que meio salário mínimo. Além disso, 13 milhões se encontram desempregados e 24 milhões de crianças vivem em famílias consideradas empobrecidas.
“Enfrentar essa situação requer um programa que dê conta de um relançamento do Brasil em novas bases do ponto de vista econômico, que permita a elevação do nível do emprego e a elevação da renda com base na sustentação do mercado interno brasileiro”, apontou.
Pochmann acrescentou que a interrupção do processo de venda do patrimônio nacional também é prioridade do programa. Um dos destaques é a defesa das estatais, hoje ameaçadas pelo contexto de avanço neoliberal no país. “O programa parte do pressuposto de que é fundamental impedir o processo de desmonte da nação que estamos verificando”, destacou.
Já Haddad disse que acredita no potencial do partido de assumir o próximo ciclo de quatro anos de gestão na Presidência da República.
Ele ressaltou a importância do governo Lula (2002-2010) e a preocupação do ex-presidente em ouvir os diferentes segmentos para compor o programa que deve ser colocado nas eleições deste ano. Segundo Haddad, o esqueleto programático foi idealizado pelo petista, a partir do intercâmbio com diferentes grupos, especialmente durante as caravanas realizadas pelo país. “Isso depende de muita sensibilidade política, e isso o Lula tem de sobra”, disse.
Renato Simões informou que o partido deverá seguir com atividades nacionais nos próximos meses para continuar a mobilização e trabalhar mais a escuta popular. Ele acrescentou que haverá sete caravanas programáticas pelo país debatendo temas setoriais, como saúde, educação e combate à violência. As contribuições serão aproveitadas na sistematização das propostas.
O dirigente disse ainda que esta será a segunda fase de elaboração do programa, que deverá embasar os diferentes passos de Lula no processo de disputa eleitoral.
“É pra que o presidente Lula, assim que sair da jaula em que o colocaram, possa percorrer novamente o Brasil e transformá-lo, que já é uma ideia, em um programa pra transformação social do Brasil”, finalizou.
A proposta final do programa deverá ser apresentada ao diretório nacional do PT em julho deste ano, quando o partido irá validar o plano de campanha e oficializar institucionalmente a candidatura de Lula.
Edição: Diego Sartorato