A última terça-feira foi marcada pela presença de mais de quarenta e cinco mil torcedores do Flamengo no treino aberto da equipe no Maracanã antes do jogo contra o Santa Fé da Colômbia pela Libertadores da América. Falar do carinho do torcedor com seu time do coração, a paixão nutrida nessa relação e as loucuras feitas todos os dias é chover no molhado. Eu me pergunto é se nossos dirigentes aprenderam alguma coisa com isso.
É lamentável ver que o presidente Eduardo Bandeira de Mello ignorou os apelos da torcida por ingressos mais baratos para que o torcedor mais “raiz” possa acompanhar o Flamengo. O mandatário rubro-negro, no entanto, preferiu manter a política de “saúde financeira” do clube segurando o valor das entradas na estratosfera. Como se o torcedor que sua todos os dias para manter seu lar e junta as moedas para ir ver seu time do coração dentro do estádio fosse o grande responsável pelas gestões bizarras do clube nas últimas décadas.
Cuidar da saúde financeira do clube e manter os salários em dia são atitudes importantíssimas que deveriam fazer parte da agenda de qualquer dirigente no Brasil. Mas também é preciso pensar no torcedor mais pobre, que sofre com as novas arenas e com o cotidiano difícil de quem tem pouco dinheiro para se manter. Que dirá para se divertir...
A lição da torcida do Flamengo deve ser aprendida por todos os que amam o futebol. Nada sobrevive sem o torcedor. Nem mesmo o Velho e Rude Esporte Bretão.
A HORA E A VEZ DE ROGÉRIO CABOCLO NA CBF
Ele foi indicado por Marco Polo Del Nero (aquele mesmo que se pela de medo de sair do país por conta de processos criminais nos Estados Unidos) e foi eleito quase que por unanimidade na eleição para presidente da CBF. Apenas Flamengo, Corinthians e Atlético-PR não votaram no dirigente. O que nos leva a pensar no seguinte: será que o clube A ou B vai ter moral para reclamar de arbitragem, calendário, estrutura e formato de competições depois do que aconteceu nesta terça-feira? E ainda com Rogério Caboclo deixando claro que a CBF vai apoiar QUEM O APOIOU NA ELEIÇÃO? Difícil crer que alguma coisa vai mudar no futebol brasileiro. Ainda mais com a postura dos nossos clubes diante de tamanha cara de pau. Todos se merecem nessa história.
E O QUE FALAR DE FLAMENGO X SANTA FE?
Se a torcida do Flamengo deu exemplo lotando o treino aberto, o mesmo não se pode dizer do time. O empate contra a não mais do que esforçada equipe do Santa Fe mostrou que o Fla anda numa fase de dar dó. Os primeiros vinte minutos no Maracanã vazio até deram a impressão de que a história seria outra. Mas bastou a equipe colombiana forçar um pouco para que as velhas deficiências do escrete rubro-negro fossem escancaradas mais uma vez. Segundo jogo em casa na Libertadores e segundo tropeço jogando um futebol muito abaixo das expectativas mais uma vez. E Diego segue jogando apenas no nome. Há meses, aliás.
Grande abraço e até a próxima!
Edição: Brasil de Fato RJ